Ipec aumenta pressão sobre Bolsonaro às vésperas do 7 de Setembro – Thomas Traumann

A última pesquisa eleitoral antes das manifestações do 7 de Setembro amplia a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na nova sondagem Ipec/TV Globo, Bolsonaro oscilou um ponto percentual para baixo e agora tem 31%, contra os 44% que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém desde 21 de agosto. Na simulação de segundo turno, a distância pró-Lula subiu de 13 pontos percentuais para 16 pontos. Na região Sudeste, onde estão quatro de cada dez eleitores, a vantagem de Lula cresceu de seis pontos percentuais para 11 em uma semana, segundo o Ipec.

A campanha Bolsonaro queria chegar ao Dia da Independência encurtando a distância com Lula. A ideia era que isso fosse capaz de transformar os festejos em uma demonstração de força do presidente. Com centenas de milhares de pessoas nas ruas, acreditavam os ministros de Bolsonaro, a campanha ganharia impulso para chegar ao primeiro turno em situação de empate técnico.

Os números do Ipec contam outra história. O pagamento das R$ 600 para as mais de 20 milhões de famílias registradas no Auxílio Brasil não aumentou a popularidade do presidente, especialmente depois que a campanha do PT passou a ressaltar que o benefício só está garantido até dezembro. Na nova pesquisa Ipec, Bolsonaro oscilou de 29% para 27% entre os eleitores beneficiários do Auxílio, a mesma variação negativa de Lula, que foi de 52% para 50%.

Chuva de dinheiro fracassa até aqui

Caindo no Sudeste e entre quem ganha entre um e dois salários mínimos e variando para baixo no Nordeste e entre as mulheres, o presidente chega às ultimas semanas da campanha sem muitas alternativas de gerar fatos novos. A pesquisa Ipec revela que até agora fracassou a tentativa de Bolsonaro de aumentar sua popularidade fazendo chover dinheiro, seja pelo corte nos preços dos combustíveis, seja pelo Auxílio Brasil de R$600 seja pelos vários vales caminhoneiros e taxistas.

Se as manifestações do Dia da Independência repetirem o roteiro de intervenção no STF como no ano passado, o presidente corre o risco de aumentar ainda mais sua rejeição, que era de 46% em 21 de agosto, oscilou para 47% no dia 29 e agora foi para 49%. Com Lula e seus 50% dos votos válidos (quando são excluídos os eleitores que vão votar branco e nulo e os indecisos), na margem de erro de vencer no primeiro turno, uma aposta golpista ficou mais arriscada.

Fonte: O Globo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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