Hora de reposicionar a imagem das administrações municipais – Maurílio Fontes

Maurílio Fontes, âncora do Alagoinhas Hoje

As Casas congressuais em nível federal, açodadamente, tentam estabelecer uma nova legislação eleitoral que balizará as disputas de 2016 e as eleições subsequentes com argumentos pífios, desconectados da realidade, transformando o marketing no maior mal da política, quando, em certa medida, os políticos é que são as razões das distorções.

A despeito das avaliações favoráveis ou contrárias, a realidade se impõe e os prefeitos que serão candidatos à reeleição, com o encurtamento da campanha, terão que agir rapidamente no sentido de melhorar suas respectivas imagens por intermédio do marketing governamental, construindo diálogo com a sociedade, comunicando as realizações, registrando o que ainda será feito até 30 de junho de 2016, prazo final para as convenções partidárias (e também para utilização dos recursos públicos em publicidade, excluindo as ações de cunho social).

Nos próximos 11 meses, entre agosto de 2015 e junho de 2016, será preciso investir em marketing e comunicação visando melhorar a imagem das administrações municipais. Antes, porém, com objetivo de diagnosticar a situação, a aplicação de pesquisa de opinião para avaliar o quadro momentâneo é imprescindível.

Melhor que as más notícias sejam conhecidas agora, quando ainda há tempo de sobra para mudar ações, estabelecer novas metas e buscar satisfazer as demandas da sociedade. Muitos dirão que em ano de aperto fiscal as margens são mínimas e os gestores públicos não possuem as condições concretas para reverter o quadro de dificuldades.

A sociedade quer resultados e não desculpas. O mais do mesmo não satisfaz, não convence e tão pouco levará os eleitores a optarem pela recondução dos prefeitos eleitos em 2012. Portanto, não existem alternativas fáceis e investir na melhoria da imagem dos governos é a única saída visando gerar níveis adequados de competitividade para que a diminuição do tempo das campanhas não impacte negativamente nas possibilidades de reeleição.

A experiência na área indica que marketing e comunicação não são prioridades dos prefeitos baianos e, via de regra, há grande confusão entre aquilo que é investimento e o que está inserido na rubrica dos gastos públicos.

As redes sociais, que permitem a cada cidadão ser agente de multiplicação de informações, corretas ou descoladas da realidade, exigem novas abordagens dos gestores públicos e de suas equipes, confrontados a cada instante com críticas, opiniões,

denúncias e sugestões. Ninguém, ao contrário de tempos pretéritos, é mais dono absoluto da produção comunicacional.

Diante destes desafios contemporâneos, dos quais é impossível dissociarem-se, os gestores públicos precisam, urgentemente, construir formas, meios, ferramentas e

instrumentos capazes dialogar com a sociedade, ávida por informação de qualidade e no tempo certo.

De nada adianta uma boa informação descompassada no tempo. O inverso também é verdadeiro: informação ruim no tempo certo não terá resultados positivos; ao contrário, gerará reações negativas, possivelmente em progressão geométrica nas redes sociais,com grande poder de letalidade.

Mas o pior é o impasse entre fazer e não fazer, entre investir hoje ou adiar para amanhã as ações governamentais no campo do marketing, relegando uma máxima desta área: o cidadão leva tempo para ser conquistado e convencido das intenções do governo; outro dilema é uma realidade irreparável: reconquistar um apoiador custa mais caro do que mantê-lo alinhado.

A compactação das campanhas eleitorais, o menor tempo para esclarecimento da sociedade e as desconfianças naturais do período de disputas impõem que o trabalho comece imediatamente, sob pena de comprometer a reeleição dos gestores.

*Bacharel em Marketing e especialista em Marketing Político, Mídia, Comportamento Eleitoral e Opinião Pública (UCSAL)

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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