“Venda dos campos maduros da Petrobras é traição do governo e causará demissões no estado”, afirma Sindicato dos Petroleiros da Bahia

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Profissionais vinculados direta ou indiretamente à Petrobras, principalmente na região de Alagoinhas, tiveram um dia de incertezas e estupefação nesta quarta-feira com o anúncio da venda (privatização) dos campos maduros da empresa, situados em Alagoinhas, Pojuca, Catu, Biritinga, Sátiro Dias e Araçás.

Os estados de Sergipe, Alagoas, Espírito Santo e Rio Grande do Norte também serão afetados pela política de privatização da Petrobras, que para a angústia dos sindicalistas, apoiadores de primeira hora do Partido dos Trabalhadores, conta com a concordância do governo federal.

Na região de Alagoinhas, a Petrobras possui 250 funcionários nas diversas atividades de extração de petróleo e gás. As terceirizadas, segundo informações de especialistas na área, empregam aproximadamente 600 trabalhadores. Com o desinvestimento, agendado para 2017, a tendência é a demissão de grande parte dos profissionais das empresas prestadores de serviço.

Possivelmente, a Petrobras  deslocará sua mão de obra para unidades de outros estados. 

Os pólos denominados Miranga e Buracica, que englobam os poços produtores de petróleo e gás – Panelas, Quererá, Conceição, Biriba -, entre outros, serão vendidos em razão da atratividade econômica para a iniciativa privada, mesmo com o preço do barril do óleo estando em baixa no momento. 

Diretor do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro), o vereador alagoinhense Radiovaldo Costa considera a política implementada pela diretoria executiva da Petrobras como traição do governo de Dilma Rousseff aos que lutaram para sua eleição e reeleição. “Para nós, sindicalistas, está claro o desejo de privatizar a Petrobras e as ações mais parecem com aquilo que seria implementado em um governo do PSDB”, disse Costa.

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Em Brasília, no decorrer desta quarta-feira (2) sindicalistas estiveram com os senadores petistas Paulo Paim (RS) e Lindbergh Farias (RJ) visando buscar apoio político e debater a questão, pontuando os graves prejuízos que o Brasil (e a Bahia) terão com a privatização de áreas importantes da Petrobras. 

No Ministério das Minas e Energia, dirigentes do Sindipetro se reuniram com o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, Marco Antônio Martins Almeida, funcionário da Petrobras e que atuou na Bahia, para registrar o descontentamento com as medidas adotadas pela estatal petrolífera e discutir alternativas objetivando reverter a decisão, já que o governo federal é o acionista majoritário da empresa e tem poder, se quiser, para determinar a reversão da política privatista.

Radiovaldo Costa admitiu ao editor do Alagoinhas Hoje que está decepcionado com a presidenta Dilma Rousseff. “Certamente, aqueles que construíram a Petrobras ao longo das últimas décadas também discordarão deste ato traiçoeiro e de lesa-pátria, que demonstra de maneira inequívoca que o governo se rendeu ao mercado, primeiro apoiando um projeto do senador José Serra, cujo objetivo primordial é abrir a exploração do pré-sal para as empresas petrolíferas multinacionais, e agora, a partir de ontem, com o anúncio da venda dos campos maduros “, registrou o sindicalista. 

Foto 1: Reunião no Ministério de Minas e Energia

Foto: Sindicalistas com o senador Paulo Paim

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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