Vacinação combate a ameaça de febre amarela em Alagoinhas

A funcionária pública Sandra Santana, 33, levantou cedo nesta quarta-feira, 8, e, antes mesmo de tomar café da manhã, procurou o posto de vacinação mais próximo de casa para fazer a imunização contra a febre amarela.

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A ansiedade para a imunização não foi exclusiva dela: no posto móvel montado na praça Rui Barbosa, em Alagoinhas (a 108 km da capital), Sandra encontrou, pelo menos, 100 pessoas que aguardavam o início das atividades.

30 postos de saúde de Alagoinhas estão aplicando as vacinas contra febre amarela. Secretaria local recebeu 100 mil doses extras

O grande movimento se repete nas 30 unidades de saúde da cidade, desde o início da semana, quando exames de laboratório confirmaram que oito macacos mortos na zona rural estavam infectados pelo vírus da febre amarela silvestre.

Embora não tenha sido notificado nenhum caso da doença em humanos no estado, o clima é de apreensão. “Quando ouvi a notícia no rádio sobre os macacos, fiquei apavorada. Esperei duas horas na fila, sem comer, só para ficar mais tranquila”, disse Sandra.

Por causa da grande demanda, as doses de vacinas recebidas diariamente em cada posto se esgotaram antes das 15h. A coordenação da Policlínica Municipal de Alagoinhas precisou pedir o dobro do número de vacinas recebidas no primeiro dia de imunização por causa da grande demanda.

“A movimentação superou nossas expectativas. Na segunda-feira, primeiro dia da campanha, recebemos 200 doses. Hoje (quarta-feira), solicitei 400 para dar conta de todas as pessoas interessadas em tomar a vacina”, disse a coordenadora da unidade, Camila Chagas.

Com receio de não encontrar a vacina, a dona de casa Catiane Barreto, 33, chegou à policlínica no início da manhã para imunizar o filho Lucas Cerqueira, 8. Ela aproveitou para tomar a vacina também: “Em tempos de zika e outras doenças, é melhor a gente se prevenir o mais rápido possível”.

No posto instalado na praça Rui Barbosa, foi necessário pedir reposição das doses para atender a multidão que se aglomerou no local em busca da vacina desde o início da manhã desta quarta.

“Antes das 11h já tínhamos usado todo o estoque previsto para o dia de hoje [quarta-feira], que era de 200 doses. Solicitamos mais 250 para não deixarmos de atender as pessoas que estavam na fila desde as 7h”, afirmou a enfermeira Ariadna Teixeira, responsável pelo posto móvel, montado exclusivamente para esta campanha de imunização.

Secretário

Na opinião do secretário da Saúde de Alagoinhas, Rodrigo Matos, a situação da febre amarela no município não é motivo para pânico. No entanto, ele afirma que o órgão segue em alerta para o aparecimento de novos casos. Por isso, ele solicita que a população compareça aos postos de saúde e receba a vacina para evitar o surgimento da doença.

“Estamos executando a imunização em massa para afastar qualquer ameaça da doença. Em cerca de dois ou três meses, toda a população de Alagoinhas estará imunizada contra a doença e poderemos respirar tranquilos”, afirmou.

Segundo o gestor, antes mesmo de saírem os resultados dos exames nos macacos, a população que reside no distrito de Calu (zona rual do município), onde os animais foram localizados, recebeu a vacina.

“Dos oito macacos encontrados mortos, dois estavam infectados. Nosso receio é que algum mosquito tivesse picado um deles e, em seguida, um humano. Por isso, assim que soubemos, enviamos equipes para o distrito”, lembrou o secretário.

Além da imunização, a prefeitura do município está realizando ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão da doença em meio urbano. “Dispomos de carro fumacê e seguimos com ações educativas para que a população se conscientize para a importância do combate ao mosquito”, disse Rodrigo Matos.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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