Trio contemplado: mais uma família beneficiada pela Secretaria de Assistência Social com imóveis do Residencial Urupiara – Exclusiva

RESIDENCIAL URUPIARA RUA DO CATU 2

Depois dos irmãos Sol e Florêncio, o Alagoinhas Hoje constatou que mais três pessoas de uma mesma família estão na lista dos contemplados com imóveis do Residencial Urupiara, situado na rua do Catu.

Apenas três famílias possuem nove pessoas na lista (até o fechamento desta matéria).

Enquanto mais de 10 mil pessoas estão inscritas no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com poucas perspectivas de receber os imóveis ainda disponíveis no conjunto Linha Verde (em construção), localizado na Calu, os irmãos Adely dos Santos Pereira, Alaine Carolin dos Santos Pereira e Rodrigo dos Santos Pereira foram contemplados e serão moradores do Residencial Urupiara. 

Os três não são beneficiários do programa Bolsa Família em Alagoinhas. Se este não é um critério excludente do MCMV, ele é indicativo da condição econômica da família Pereira, que não é de vulnerabilidade social.

Adely dos Santos Pereira, de acordo com pesquisa do Alagoinhas Hoje na internet, é técnica em enfermagem e trabalharia na Policlínica de Irará, município que fica a 50 km de Alagoinhas. Ela não tem filhos, não é casada e mora com a mãe, cujo prenome é Sônia, na Urbis da rua do Catu. 

Alaine Carolin dos Santos Pereira seria casada e teria dois filhos. Não mora com a mãe. 

Rodrigo dos Santos Pereira também mora com a mãe na Urbis da rua do Catu. Ele não tem filhos. Possui emprego e/ou atividade laboral remunerada. 

Adely e Rodrigo teriam menos de 30 anos. A idade de Alaine não foi levantada pelo site. 

O mistério da contemplação pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) da parentada persiste: por que mais três pessoas de uma mesma família são beneficiárias do Minha Casa, Minha Vida em Alagoinhas?

Sem dúvida, e o leitor deve concordar, que há alguém na SEMAS que gosta de ver famílias unidas, morando no mesmo conjunto habitacional, objetivando reforçar os laços sociais e de parentesco.

Outra intenção deve ser a de facilitar a vida econômica das três linhagens – Sol, Florêncio e Pereira – que nos próximos meses terão o Urupiara como endereço residencial. Se faltar sal, açúcar, macarrão, arroz, feijão e até mesmo gás de cozinha um parente poderá recorrer ao outro. Sem nenhum trabalho, pela proximidade das unidades habitacionais. 

Contudo, centenas e centenas de mulheres que se enquadram nos critérios do programa MCMV, muitas delas exercendo o papel de provedoras de seus filhos e até de maridos, não estão na lista do Urupiara.

Além das três famílias (Sol, Florêncio e Pereira), com parentesco de primeiro grau, Hortência Santos Silva, sobrinha de Selma de Jesus Silva, ex-subsecretária de Assistência Social da Prefeitura de Alagoinhas, e Marcos Antônio Vila Flor Santos Junior, irmão materno de Hortência, também estão na lista. 

No total (por enquanto), são 11 parentes contemplados com unidades habitacionais do Residencial Urupiara. Muitos estão fora dos critérios. 

Obviamente, é impossível compatibilizar demanda e oferta de imóveis, mas a clara falta de critérios e os direcionamentos indicam que Minha Casa, Minha Vida em Alagoinhas precisa de uma auditoria dos órgãos federais.

Uma mera sindicância constituída pela administração municipal já não é suficiente para dar conta das mazelas, dos estupros e das violações das normas do programa. 

A sociedade alagoinhense exige respostas. Se a Prefeitura de Alagoinhas optou em não dá-las aos cidadãos, obrigação irrefutável dos gestores municipais, cabe aos órgãos situados no Planalto Central tomar as devidas providências.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo