Trabalhadores em educação da Prefeitura de Pedrão decidem paralisar atividades
Sem perspectivas de receber os salários de dezembro e o décimo terceiro, trabalhadores em educação da Prefeitura de Pedrão decidiram hoje, em assembleia realizada na sede da APLB Sindicato, paralisar as atividades a partir de 1º de fevereiro. Com isso, a jornada pedagógica organizada pela Secretaria Municipal de Educação, marco inicial do ano letivo de 2016, não terá a participação dos professores efetivos e auxiliares de classe, que totalizam 97 profissionais.
A data escolhida levou em consideração o período de matrícula na rede municipal de educação. Para não prejudicar os estudantes, os trabalhadores do setor mantêm suas atividades. No ano passado, 1.422 alunos se matricularam nas escolas da prefeitura.
Assembleia
A assembleia contou com a participação de 65 trabalhadores em educação. Para Atanazia de Souza Campos, dirigente local da APLB Sindicato, o comparecimento foi expressivo. “O movimento cresceu, a adesão é muito maior e os trabalhadores em educação estão mais motivados para defender os nossos direitos”, observou. Hércia Azevedo, diretora de formação sindical da APLB, e Cassiano Benevides, diretor da regional litoral norte, participaram da assembleia.
Logo depois da assembleia, os trabalhadores percorreram as ruas centrais de Pedrão com cartazes e expressando palavras de ordem para chamar a atenção da comunidade pedronense. Eles entraram na sede da prefeitura e na Secretaria de Educação. “Vereador calado, você também é culpado”, foi uma das frases bradadas pelos trabalhadores com objetivo de criticar a maioria governista do legislativo municipal, que não emite opinião sobre os atrasos salariais.
Funcionários das secretarias de Assistência Social, Saúde e Administração também participaram da manifestação.
Os trabalhadores decidiram realizar atividades semanalmente para fortalecer o movimento. No domingo, quando acontecerão o cortejo em homenagem ao padroeiro do município, Sagrado Coração de Jesus, e a lavagem das escadarias da igreja matriz, os trabalhadores participarão com roupas pretas para demonstrar luto e o repúdio às atitudes ilegais e desrespeitosas do prefeito.
Recursos
No último trimestre de 2015, de acordo com pesquisa da APLB Sindicato Núcleo Pedrão no site do Banco do Brasil, a prefeitura recebeu os seguintes montantes: R$ 1.137,901,67, no mês de outubro; R$ 1.122,887,04, em novembro; R$ 1.750.278,64, em dezembro. Em janeiro, o caixa do erário municipal recebeu R$361.075,67.
Para Atanazia, os valores recebidos são significativos e nem assim a administração acena com a possibilidade de pagamento dos débitos. “Além de não pagar, o prefeito optou pelo silêncio e até hoje não sabemos nada sobre os salários de janeiro”, afirmou a dirigente sindical.
A folha total dos 288 trabalhadores da Prefeitura de Pedrão é de R$474.546,27. Com os efetivos (189), são gastos R$295.367,75.
Os números indicam que, se bem administrada, a prefeitura teria recursos suficientes para pagar os trabalhadores.
Outra informação da APLB Sindicato: a prefeitura ainda não teria apresentado ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) as prestações de contas dos meses de novembro e dezembro.
