Times de Rui e Neto disputam presidência da Assembleia

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A eleição para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia só ocorrerá em fevereiro do ano que vem, mas partidos da base do governo e da oposição começam a se articular para a sucessão de Marcelo Nilo (PSL), que está concluindo o seu quinto mandato no comando da Casa.

Desta vez, a eleição no Poder Legislativo ganha importância adicional porque estarão no jogo representantes dos projetos políticos do governador Rui Costa (PT) e do prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) – virtuais adversários na campanha para governador em 2018.

Na eleição municipal deste ano, a oposição conseguiu se reposicionar e derrotou o governo em importantes colégios eleitorais, como Salvador e Camaçari. O Democratas (DEM), por exemplo, tinha nove prefeitos entre as 417 cidades baianas e terá 34 representantes a partir de 2017. Já o PT, que tinha 93 prefeitos, só conseguiu eleger 39 gestores este ano.

É neste contexto que as candidaturas já começaram a ser postas na Assembleia. Do lado do governo, que contará com uma bancada de 41 parlamentares, estão os nomes dos deputados Pastor Sargento Isidório (PDT), Luiz Augusto (PP), e Marcelo Nilo (PSL). Os dois primeiros com discursos pela unidade e renovação no comando da Casa, depois de dez anos de gestão consecutiva de Nilo.

Embora diga que só vá se manifestar em meados de dezembro sobre um eventual sexto mandato, o atual presidente da Casa deixa claro que ainda está vivo: “Na política o poder se perde, não se entrega”, diz ele.

Do lado da oposição, com 22 representantes, o deputado Marcell Moraes (PV) já lançou seu nome. Mas o líder da bancada, Sandro Régis (DEM), diz que as lideranças da oposição ainda não conversaram.

“Não vamos tomar nenhuma posição isolada. Por enquanto estamos observando, avaliando as candidatura colocadas”, informou Régis, que pretende ouvir PMDB, PSDB, PSC, além do DEM e PV. A cautela ele explica: “Temos número para definir o pleito”.

Régis negou interferência de ACM Neto no processo, mas as conversas deverão passar pelo crivo do prefeito, dentro da estratégia que o demista vem construindo para 2018.

Governador

Indagado esta semana sobre a permanência de Marcelo Nilo no cargo em 2017, governador Rui Costa deu a entender que não vai se meter. “Essa coisa da definição da Assembleia depende dos deputados. Marcelo Nilo é um grande articulador político, vem contando com quase a unanimidade dos deputados. Quem sou eu para interferir nisso?”, indagou.

Mas o governador já deu a senha à sua base: buscar a unidade em torno do nome capaz de confrontar o candidato “apadrinhado” por ACM Neto e assegurar, no mínimo, os 32 votos para a disputa ser liquidada no primeiro turno.

O vice-governador João Leão, que preside o PP na Bahia, não perdeu tempo. Avalizou a candidatura do deputado Luiz Augusto e já está se articulando junto a líderes de outros partidos. O PP tem na Assembleia cinco parlamentares.

“O sentimento na Casa é de se opor à continuidade (de Nilo), e o nome que agregar mais apoios será o candidato do governo”, informa Luiz Augusto.

O deputado federal e presidente estadual do PDT, Félix Mendonça, também lançou a candidatura do deputado Sargento Isidório à presidência da Assembleia Legislativa. O partido tem quatro representantes no Legislativo. Terceiro colocado na disputa pela prefeitura de Salvador, com cerca de 120 mil votos, Isidório é defensor da tese de que a alternância de poder é “extremamente benéfico” à democracia. Diz contar, inclusive, com o apoio de Marcelo Nilo, que já foi do PDT.

Detentor da maior bancada estadual em 2017, com 13 deputados, o PT tomou a decisão de não disputar a presidência da Assembleia no próximo ano.

“Faremos uma construção coletiva com a base do governo para escolher, entre os postulantes ao cargo, o nome que consiga aglutinar e reunir as condições para confrontar o candidato do prefeito ACM Neto”, explicou o líder do PT, deputado Rosemberg Pinto. O parlamentar disputou em 2014 a presidência da Assembleia contra Marcelo Nilo, por se opor ao seu quinto mandato, e acabou desistindo do pleito e abandonando o plenário. Diz, agora, que o partido pode até apoiar a reeleição de Nilo à presidência.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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