Tempos ainda mais sombrios se avizinham do ex-deputado Luiz Argolo – Maurílio Fontes

As penas imputadas hoje pelo juiz federal Sérgio Moro a ex-executivos da construtora Camargo Correia, com sentenças de até 15 anos de prisão, que incluem o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa,  e um ex-policial federal responsável pela entrega de dinheiro aos políticos destinatários de vários partidos, indicam que tempos ainda mais sombrios se avizinham do ex-deputado federal Luiz Argolo, preso desde o dia 10 de abril em uma das fases da Operação Lava Jato.

Ademais, para demonstrar que as instituições envolvidas na Lava Jato não estão brincando,  o presidente da holding Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, foi indiciado hoje pela Polícia Federal por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e crime contra a ordem econômica.

É fácil depreender que a sentença do juiz Sérgio Moro para o ex-deputado baiano está a caminho de ser prolatada. Ninguém com juízo acredita em menos de 10 anos de prisão.

Se é peixe pequeno no emaranhado de corrupção, como dizem os amigos de Argolo, sua pena não terá correspondência com a suposta desimportância na teia criminosa que sangrou a Petrobras em bilhões de reais, quantia que ao certo nunca se saberá.

O fato, indiscutível sob quaisquer aspectos, é que Luiz Argolo paga e pagará a fatura por sua participação nas traquinagens que tiveram como alvo a estatal brasileira de petróleo e seus cofres bastante fornidos.

Sua família também pagará preços de todas as ordens e muito dificilmente se recuperará do baque da prisão e da sentença que está por vir, marcando-a indelevelmente nos anos de tempestades que se avizinham.

Para seus pais, com mais de 70 anos, é uma prova de fogo com alto poder de letalidade, que certamente influenciará na saúde de ambos, com todos os desdobramentos negativos em circunstâncias de grande envolvimento emocional.  

É a vida, com ações, causas e consequências. Ninguém esperava se deparar com um juiz federal como Sérgio Moro. Agora, só resta aos  já condenados e futuros apenados cumprir as sentenças e esperar o tempo passar.

A ampulheta do tempo tem seu próprio ritmo e nós, pobres mortais, somos incapazes de mudar sua cadência.