Taxa de juros cai para 25,8% em maio e atinge menor patamar do ano

A taxa média de juros com recursos livres –financiamentos concedidos pelo mercado– chegou a 25,8% em maio, um recuo de 0,5 ponto percentual frente ao mês anterior, informou o Banco Central nesta terça-feira (25).

Trata-se do menor patamar desde dezembro do ano passado, quando ficou em 25,3%.

Segundo Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, novas quedas nas taxas de juros não devem acontecer nos próximos meses.

“Como o custo de captação [pelos bancos] não tem recuado, acredito que não seja uma tendência taxa de juros menores. E estamos num ciclo de alta da taxa básica de juros [Selic]”, afirmou.

Já a taxa média de juros com recursos direcionados apresentou queda tímida de 0,1 p.p, para 6,9%. A redução, contudo, foi suficiente para colocar a taxa em seu menor patamar desde dezembro de 2011, quando começa a série histórica do BC.

Os recursos direcionados incluem os financiamentos concedidos pelo BNDES, o crédito habitacional e o rural.

A taxa média de juros total praticada no país chegou a 18,1% em maio, redução de 0,4 ponto percentual frente a abril.

SPREAD

A redução da taxa vista em maio forçou a queda do spread bancário –diferença entre o custo de captação e o valor cobrado do tomar de empréstimo– para o menor nível da série histórica do BC, de dezembro de 2011.

No caso dos recursos livres, o spread chegou a 17,2 pontos percentuais, redução expressiva de 0,7 p.p. Desde dezembro do ano passado, o indicador não baixava tanto.

Houve queda no spread dos empréstimos tanto para pessoas físicas (queda de 0,3 p.p., para 25,2 pontos percentuais) quanto para pessoas jurídicas (redução de 0,8 p.p., para 10,4 p.p.).

MAIS CRÉDITO NA PRAÇA

A redução das taxas de juros foi acompanhada pelo crescimento do volume de concessão de financiamentos.

O saldo total de empréstimos subiu 1,5% em maio ante o mês anterior, chegando a R$ 2,5 trilhões, crescimento superior ao verificado em abril, quando houve alta de 1,1%.

O crédito com recursos livres aumentou 1,2% no mês para R$ 1,4 trilhão. Já o com recursos direcionados subiu 2% para R$ 1,1 trilhão.

O volume total de financiamentos passou a representar 54,7% do PIB (Produto Interno Bruto) no mês passado, frente a uma proporção de 54,3% alcançada em abril.

Apesar da alta na concessão de empréstimos, a inadimplência total permaneceu estável em 3,6%, mesmo patamar desde fevereiro deste ano.

MIGRAÇÃO

Segundo o diretor do BC, a expansão do crédito vem apresentando moderação por conta da diminuição do ritmo de concessão de financiamentos com recursos livres. No segmento de recursos direcionados, contudo, há maior dinamismo.

Nos últimos doze meses findos em maio, verificou-se expansão de 10,4% no saldo de financiamentos com recursos livres frente ao mesmo período imediatamente anterior. Em dezembro de 2012, o avanço em doze meses estava em 13,9%.

Já no segmento de crédito direcionado, o movimento é inverso. Em maio, a expansão em doze meses ficou em 24,7%. Em dezembro do ano passado, estava em 20,5%.

Maciel destacou que as famílias estão substituindo o crédito voltado para o consumo, o que diminui o ritmo de concessão de crédito livre, por financiamentos de crédito imobiliário, registrados na conta de recursos direcionados.

“O fato mais relevante na composição de empréstimos para famílias, tomando um horizonte de dois anos, é o direcionamento do crédito para imóveis e menos para consumo. E isso representa um investimento das famílias”, afirmou.

PROJEÇÕES

O Banco Central reviu suas projeções para o comportamento do crédito este ano.

Segundo a autoridade monetária, o saldo total de financiamentos deve aumentar 15% em 2013, frente a um crescimento de 16,2% no ano passado. A projeção anterior era de alta de 14% este ano.

A previsão de expansão de crédito livre foi rebaixada de 13% para 11% em 2013. Já a projeção para o crescimento do crédito direcionado foi ampliada de 16% para 20% este ano.

Em 2012, o crédito livre teve alta de 13,9% e o direcionado, 20,5%.

“O crescimento de 15% no saldo total virá essencialmente da habitação e do BNDES. O crédito habitacional vinha descrendo [no ano passado] e a tendência era que mostrasse o mesmo comportamento este ano. Mas estamos em maio e ele se mantém em crescimento”, afirmou Túlio Maciel, do BC.

O BC estima ainda que o crédito chegue a 56% como proporção do PIB, ante 55% da previsão anterior No ano passado, o crédito encerrou o ano como proporção de 53,5% em relação ao PIB.

BANCOS PÚBLICOS

Os financiamentos concedidos pelos bancos públicos devem crescer 22%, segundo o BC. A estimativa anterior considerava alta de 18%. Em 2012, houve aumento de 27,2%.

A previsão de crescimento do crédito fornecido pelas instituições privadas nacionais foi mantida em 10%. Superior ao desempenho do ano passado, quando os financiamentos aumentaram 7%.

Já os desembolsos dos bancos privados estrangeiros devem crescer 8%. Antes, a estimativa era de 12%. Em 2012, houve alta de 9,6% nos financiamentos dessas instituições.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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