Se provo sapato e não levo, ele não é meu, diz Lula sobre tríplex

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no telejornal SBT Brasil, comparou as acusações da Operação Lava Jato de que ele seria dono de um tríplex no Guarujá e de um sítio em Atibaia ao fato de você experimentar um sapato e não comprar.

Ele já foi flagrado visitando o apartamento no litoral, com sua mulher, Marisa Letícia. “Você já foi à loja com sua mulher comprar sapatos? Você viu que às vezes ela pede para o cara da loja descer 40 caixas, ela bota os 40 no pé, depois ela fala que não quer nenhum, levanta e vai embora? (…) Ora, se ela não comprou, o sapato não é dela. É o caso do apartamento, é o caso da chácara. Se eu não comprei, não é meu, se eu não paguei, não é meu, se não tem registro, não é meu, se não tem documento, não é meu, se não tem um cheque, não é meu”, afirmou.

Segundo ele, as denúncias do Ministério Público Federal contra eles “fazem parte de um processo” e ganharam mais espaço na mídia à medida que vai se aproximando o seu depoimento ao juiz Sergio Moro, no dia 10 de maio. “Nesses últimos dias, eles [procuradores] criaram um roteiro. Eles estão reféns dos meios de comunicação e isso [investigação] não pode acabar com manchete inocentando o Lula porque eles ficaram me condenando por três anos”, disse.

De acordo com o ex-presidente, o MPF não tem condições de provar que ele é proprietário da chácara e do tríplex porque isso não é verdade. “O Ministério Público começou mentindo e continuou mentindo a esse respeito. Se eles mentiram e não tem como sair da mentida, é problema deles, não meu”, afirmou.

Na semana passada, o ex-presidente da OAS, construtora dona do Edifício Solaris, onde está o tríplex, disse que o apartamento sempre foi do Lula. O ex-presidente contestou. “Se eu não paguei, se não tem recibo, se a OAS dá o apartamento como garantia de vários empréstimos, então esse apartamento não pode ser meu”, disse.

Sobre o fato de Moro ter obrigado Lula a comparecer aos depoimentos de 87 testemunhas convocadas por sua defesa no processo e alegar que o petista estava abusando do direito de defesa, Lula disse que o juiz “não pode julgar a quantidade de testemunhas, mas a qualidade do que essas testemunhas vão dizer”. “Para mim, não tem problema. Se for necessário, eu mudo para Curitiba”, afirmou.

Fonte: VEJA

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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