Rodrigo Pacheco promete decidir sobre CPI na próxima semana e eleva pressão sobre governo

Pressionado a tomar uma posição, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que vai definir no início da próxima semana sobre os requerimentos para instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito, incluindo a CPI para investigar os casos de corrupção no Ministério da Educação.

Pacheco afirmou ainda que cogita unir os requerimentos para as duas comissões relacionados com o MEC: a proposta pela oposição a respeito do balcão de negócios na pasta e a outra, apresentada pela liderança do governo no Senado, sobre obras paradas nos governos petistas relacionadas à educação.

“Há uma pertinência temática em relação a elas para se entender se deve valer um pensamento dos dois requerimentos ou não. Não estou afirmando nenhuma realidade em relação a isso. Tudo isso vai ser avaliado pela presidência, vamos ouvir a advocacia do Senado, a consultoria do Senado e tomar a melhor decisão que eu acredito que deva ser no início da próxima semana”, afirmou.

O senador mineiro afirmou que a instalação das CPIs passa por uma “discussão política”, em relação às proximidades das eleições. Nesse caso, no entanto, Pacheco afirmou que esse “critério político” será levado para o colégio de líderes do Senado e que não será objeto de uma decisão monocrática sua.

“É inegável dizer que os meses de agosto e setembro serão muito dedicados à questão eleitoral, então temos que avaliar o envolvimento dos partidos políticos, dos senadores, num propósito desses de investigação em diversas CPIs”, completou.

A manifestação do presidente do Senado acontece um dia após a oposição protocolar requerimento com 31 assinaturas —quatro a mais que o necessário— para a abertura da CPI que pretende investigar casos de corrupção no Ministério da Educação.

Nos últimos dias, o presidente do Senado manteve contato com lideranças do governo e da oposição, que o pressionam para que tome uma posição. Antes de sua fala, Pacheco se reuniu com o autor do requerimento da CPI do MEC, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e com Jean Paul Prates (PT-RN).

Randolfe afirmou que não deve acionar a Justiça para forçar a instauração da comissão, uma vez que Pacheco já sinalizou um prazo para definir o imbróglio. Por outro lado, não se mostrou contente com a ideia de unir a sua proposta com a de aliados ao governo.

“Nós da oposição somos avessos a essa ideia de juntar, mas nos submeteremos ao despacho do presidente do Senado com relação a isso, sobretudo se essa CPI das obras inacabadas juntar a relação das obras até a atualidade, porque não há razão de ser de uma CPI de obras inacabadas que investigue todo o passado e não investigue a atualidade”, afirmou após se reunir com o presidente do Senado.

A definição sobre a instalação da CPI eleva a pressão sobre a base governista, que ainda busca formas de barrar a instalação da comissão e ou adiá-la até depois do recesso parlamentar, no meio de julho.

 

 

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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