Renovação de contrato pode dar à Chesf R$ 600 mi ao ano para investir em eólica

A renovação dos contratos de fornecimento de energia da Chesf com um grupo de indústrias no Nordeste, que está prevista na Medida Provisória 656, permitirá a geração de investimentos em energia renovável na região.

Os recursos poderão chegar a R$ 600 milhões por ano, segundo consultoria contratada pelas empresas.

“Podem ser R$ 7 bilhões em dez anos, o que possibilitaria fazer uma parceria e obter crédito para investir em energia como a eólica”, diz Paulo Pedrosa, presidente da Abrace (associação que reúne grandes consumidores de energia do país).

Somados, os recursos dobrariam para R$ 14 bilhões nos próximos anos, segundo estimativa da entidade.

Esse valor viria da diferença de cerca de R$ 80 por megawatt hora (MWh) entre os preços praticados com as indústrias e o valor que seria vendido no mercado cativo (pequenos e médios consumidores), conforme a Abrace.

Hoje, indústrias intensivas de energia na região, entre as quais Gerdau, Vale, Braskem, Dow, Ferbasa, Mineração Caraíba e Paranapanema, têm um contrato que vence em junho deste ano com a Chesf de compra de energia por R$ 110 por MWh.

Com o fim do contrato, essa energia seria direcionada para o mercado cativo a preços mais baratos, de cerca de R$ 30 por MWh.

Os investimentos poderiam ser feitos para a ampliação do parque eólico do Nordeste (projetos em geração, distribuição e transmissão de energia eólica).

A Medida Provisória 656 foi aprovada no Congresso em dezembro passado e aguarda a sanção presidencial.

Se os contratos não forem renovados, as empresas terão de comprar energia no mercado livre a cerca de R$ 300 por MWh.

“Isso encareceria demais a produção naqueles Estados e o Nordeste passaria a subsidiar a energia de outras regiões, prejudicando a sua indústria”, afirma.

Se, por outro lado, a energia não for vendida por contrato especial às indústrias, ela poderá ir para o mercado cativo e ajudar a suavizar o custo da energia, inclusive em residências.

“O país já favoreceu os pequenos consumidores em prejuízo dos industriais e precisa dar competitividade ao setor no Nordeste”, completa Pedrosa.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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