Rebaixamento da Controladoria é "nocivo", diz Waldir Pires
Primeiro titular a assumir a Controladoria Geral da União (CGU) com o status de ministro em 2003, quando integrou o governo do ex-presidente Lula da Silva, o hoje vereador, de Salvador, Waldir Pires (PT) definiu como “absolutamente nociva” ao combate da corrupção a proposta do governo de retirar o status de ministério da CGU.
Pires disse que aguarda a chegada da presidente Dilma Rousseff (PT) dos Estados Unidos, onde participa da Assembleia Geral da ONU, para dizer a ela, pessoalmente, do risco de se rebaixar e fracionar por vários ministérios o que define como o “principal organismo de controle” da país.
Um das vantagens da CGU foi reunir em um só órgão, de forma independente, as funções de auditoria, transparência, prevenção, ouvidoria e correição, com o poder de atuar nos diversos ministérios.
“A luta contra a impunidade, a luta pela transparência e pela democracia e participação social devem continuar com a manutenção e ampliação da autonomia da Controladoria Geral da União”, assinalou o petista, que emitiu nota em apoio à mobilização nacional em defesa da Controladoria.
Para defender a o status de ministério da CGU e se posicionar contra o fracionamento de suas atribuições – pelas pastas da Justiça, Casa Civil, e pelo novo Ministério da Cidadania -, uma grande mobilização está prevista para hoje em Brasília, em frente à sede do órgão.
Diretores das 22 regionais e chefes de divisões farão a entrega formal de seus cargos. Da Bahia seguiram o diretor-geral, Adilmar Gregorini, quatro chefes de divisões e os diretores da seccional baiana da Unacon, o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle.
Lava Jato
Integrante do comitê baiano do Unacon, Márcio Sampaio disse que a mobilização visa pressionar o governo a não concretizar o rebaixamento e o fracionamento da CGU, como previsto na proposta de reforma ministerial.
Sampaio explicou que a pulverização das funções da Controladoria enfraquece o trabalho de fiscalização dos demais órgãos e, sem o status de ministério, ficam comprometidas a auditoria e a aplicação de punições em outras pastas.
Mas não é só, diz ele: “Na prática, causa problema em relação ao processo de responsabilização das empresas envolvidas na Operação Lava Jato, que está em curso na Controladoria.
Fonte: A Tarde