‘Reagir’ é a palavra crucial para entender o conservadorismo
O conservadorismo, segundo João Pereira Coutinho, busca evitar os males do radicalismo revolucionário ou do revanchismo reacionário. “O conservadorismo político recusa os apelos do pensamento utópico, venham eles de revolucionários ou reacionários”, escreve em “As Ideias Conservadoras”,
“Mas o conservadorismo não se limita apenas a recusar esses apelos utópicos, que fazem da fuga para o futuro (ou para o passado) um programa de ação no momento presente”, diz. “O conservadorismo, por entender o potencial de violência e desumanidade que a política utópica transporta, irá também reagir defensivamente a tais apelos –e ‘reagir’ é a palavra crucial para entender o conservadorismo como ideologia.”
Existem muitos conservadorismos. O escolhido pelo autor está vinculado à tradição britânica. O irlandês Edmund Burke (1729-97), considerado o pai do conservadorismo moderno e dono do rosto ilustra a capa do livro, é o principal referencial teórico de Coutinho.
Burke, homem que testemunhou o desenrolar de um período de crise na Europa, defendeu, em “Reflexões sobre a Revolução na França”, uma reação contra o pensamento filosófico que surgia em Paris.
A nova era de luz prometida pela Revolução Francesa foi desaparecendo a cada episódio de violência e terror. Os britânicos, depois de lutar contra Napoleão –efeito colateral da mesma revolução–, desenvolver a indústria e participar de duas guerras mundiais, ainda vivem em uma monarquia.
João Pereira Coutinho é jornalista, cientista político, professor da Universidade Católica Portuguesa e colunista da Folha de S.Paulo e do diário português “Correio da Manhã”.
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AS IDEIAS CONSERVADORAS
AUTOR João Pereira Coutinho
EDITORA Três Estrelas
QUANTO R$ 21,90 (preço promocional*)
* Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques.
Fonte: Folha de São Paulo