Produção industrial cai em 11 de 14 regiões do país em fevereiro, diz IBGE

Diante da perda de ritmo na maior parte dos setores, a produção industrial também registrou queda na maioria das regiões e Estados pesquisados pelo IBGE em fevereiro.

Houve retração em 11 dos 14 locais pesquisados na comparação livre de influências sazonais com janeiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (5).

A queda mais acentuada foi assinalada por Minas Gerais (-11,1%), resultado que mais que anulou o crescimento de 1,5% em janeiro. O Estado sentiu o peso do recuo da produção de minério de ferro e de veículos.

Em seguida, os piores desempenhos foram registrados por Bahia (-3,7%) –outro Estado onde a indústria automobilística está presente–, Ceará (-3,2%), Pernambuco (-3,2%) e Pará (-2,5%). Todos tiveram retração superior à média nacional, de 2,5% de janeiro para fevereiro.

Também registraram queda Paraná (-2,2%), Região Nordeste (-2,0%), Espírito Santo (-1,8%), Rio de Janeiro (-1,5%), Amazonas (-1,2%) e São Paulo (-0,5%), mas menos intensas do que a média nacional (-2,5%). Apenas três Estados tiveram taxas positivas: Goiás (5%), Rio Grande do Sul (2,1%) e Santa Catarina (0,4%).

Em São Paulo, maior parque industrial do país, a perda foi ditada pelo setor automotivo. O Estado é o principal polo produtor de veículos, atividade que teve a queda de maior peso na indústria do país em fevereiro –de 9,1%– em razão da antecipação da fabricação de automóveis diante da perspectiva do fim do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido, que acabou sendo prorrogado pelo governo até o final do ano.

A indústria geral registrou perda de 2,5% de janeiro para fevereiro, o pior resultado desde dezembro de 2008.

COMPARAÇÃO ANUAL

Na comparação com fevereiro de 2012, a produção industrial recuou 3,2% em nível nacional, com dez dos 14 locais pesquisados registrando queda na produção.

Nessa base comparativa, as retrações de maior intensidade ficaram com Espírito Santo (-13,4%), Minas Gerais (-9,8%) e Pará (-7,2%).

Esses Estados sofreram pressão negativa da siderurgia, da indústria de alimentos e da extração e processamento de minério de ferro, além de papel e celulose. Os dois últimos ramos, além da siderurgia, sofrem com a crise global que restringe o consumo mundial, reduz as exportações brasileiras e facilita a concorrência de importados no país.

Também tiveram queda frente a fevereiro de 2012 Pernambuco (-6,0%), Paraná (-5,5%), Região Nordeste (-4,1%), Santa Catarina (-3,3%), Amazonas (-3,2%), Bahia (-2,2%) e São Paulo (-0,8%). Já Goiás (9,1%) mostrou a expansão mais significativa, seguido por Rio de Janeiro (3,6%), Rio Grande do Sul (2,0%) e Ceará (0,9%).

No índice acumulado em 12 meses encerrados em fevereiro, nove dos 14 locais pesquisados tiveram desempenho negativo. Nessa comparação, a indústria nacional soma uma perda de 1,9%. Regionalmente, as quedas de destaque ficaram com Espírito Santo (-7,6%), Amazonas (-6,9%), Paraná (-6%) e Rio Grande do Sul (-4,4%), enquanto Bahia (2,7%) e Goiás (2,0%) tiveram as altas de maior expressão.

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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