Prefeitura de Alagoinhas não dispõe de áreas próprias para instalação de indústrias – Exclusiva
O boom econômico experimentado pelo município pode ser freado por um problema que surgiu após a instalação de indústrias em Alagoinhas: a prefeitura não dispõe mais de áreas próprias que possam ser repassadas, por intermédio de autorização da Câmara de Vereadores, às empresas que demonstrem interesse em se instalar no território alagoinhense, principalmente às margens da BR 101.
Normalmente, um dos itens para a consolidação dos projetos é a doação de terrenos às empresas, que assim não assumem o custo de aquisição das áreas, atualmente consideradas caras pelos compradores que desejam implantar suas atividades em Alagoinhas.
O laticínio Masgovi, cujo investimento na construção de sua planta industrial seria de aproximadamente R$ 30 milhões, desistiu de Alagoinhas justamente pela dificuldade em obter terreno com as dimensões adequadas às suas necessidades.
A unidade fabril do laticínio, provavelmente, será instalada em Santo Antônio de Jesus.
Coca-Cola
Com uma demanda de aproximadamente 80 mil metros quadrados de área para instalar sua unidade em Alagoinhas, a Coca Cola está enfrentando o mesmo problema e vem adiando os investimentos no município.
Mesmo para quem detém capacidade financeira, a exemplo desta marca americana de bebidas, encontrar um terreno para adquirir com recursos próprios e as características necessárias – dimensões requeridas e local adequado – está se tornando cada vez mais complicado.
O problema, se não for contornado pela administração municipal, barrará o desenvolvimento industrial de Alagoinhas.
A alternativa precisa ser apresentada urgentemente.
DISAI
O Distrito Industrial de Sauípe (DISAI), vinculado à Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Mineração, foi invadido ao longo dos anos sem que as autoridades tomassem providências para coibir a posse privada de terrenos públicos.
Quando foi concebido, o distrito seria o local para abrigar o parque industrial de Alagoinhas, mas a implantação das maiores fábricas fora de seu território enfraqueceu a capacidade de atração de novas plantas.
Mas o DISAI, por sua localização estratégica, ainda poderá ser atrativo se os problemas causados pelas invasões forem resolvidos e os invasores retirados de sua área.
Segundo Gustavo Carmo, secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de Alagoinhas, o governo estadual é um dos grandes responsáveis pelas dificuldades enfrentadas pelo DISAI, que podem resultar na diminuição do crescimento econômico do município. “A Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Mineração não se dispõe a investir, porque não é gastar, entre R$300 a R$400 mil, ou até um pouco mais, em indenizações das benfeitorias feitas pelos invasores do DISAI e, assim, abrir espaço para a instalação de novos empreendimentos em Alagoinhas, a exemplo da Coca Cola”, afirmou o secretário em conversa com o editor do site.
As indenizações abririam espaços no Distrito Industrial de Sauípe para instalação de novos empreendimentos.
Sem outra alternativa, a administração municipal terá que viabilizar meios para desapropriar áreas adequadas à instalação de indústrias em um horizonte de no mínimo 15 anos.
Não dispondo desta segurança, nenhum empresário considerará, diante das dificuldades atuais quanto à aquisição de terrenos, a possibilidade de se instalar em Alagoinhas.