Prefeitos cobram do Congresso Nacional votação da pauta municipalista

UPB CRISE 1

Vestidos com coletes pretos, distribuídos pela UPB em protesto ao desequilíbrio financeiro dos municípios, prefeitos baianos recepcionaram os deputados que compareceram, nesta quarta-feira (27/05),  ao Centro Internacional de Convenções de Brasília, onde é realizada a XVIII Marcha em Defesa dos Municípios.

Convidados a falar para os gestores durante o evento, os presidentes da Câmara e do Senado se comprometeram a não votar propostas que onerem os cofres municipais sem a devida contrapartida financeira. A medida é uma reivindicação dos gestores brasileiros que alegam dificuldades em cumprir prazos de planos municipais e o custeio de programas das áreas de saúde e educação.

A vedação de encargos aos municípios sem a devida previsão de recursos está prevista na Proposta de Emenda à Constituição 172/12, que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, comprometeu-se durante o evento a colocar em votação, nos próximos meses. “Não vamos colocar nada embaixo do tapete”, acrescentou. Assim como Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros, prometeu acelerar a tramitação de proposta que garantam a regularidade de recursos repassados pela União. Calheiros criticou ainda o ajuste fiscal do governo Dilma, afirmando que haverá um esvaziamento dos municípios e chamou de “ficção” o orçamento federal.

Assim como os presidentes da Câmara e do Senado, demais deputados e senadores atenderam ao chamado da Confederação Nacional de Municípios (CNM) para o debate sobre a revisão do Pacto Federativo. O Movimento Municipalista cobra um novo modelo de repartição de receitas e obrigações constitucionais entre os entes federados (União, estados, municípios e Distrito Federal). “Estamos num momento propício para pressionar a mudança dessas regras que, como estão, sufocam os municípios de todo o Brasil. Esperamos que o que foi dito aqui seja cumprido na prática, pois o que vivenciamos hoje é a insensibilidade também do Congresso Nacional”, reforçou o vice-presidente da UPB, José Bonifácio Dourado.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destacou que o ajuste fiscal do governo aprofunda a crise nos municípios com cortes de cerca de R$11 bilhões. Ele defendeu um diálogo mais intenso com o Congresso Nacional para acelerar a aprovação de mudanças no Pacto Federativo, revendo o repasse de responsabilidades aos municípios. “O Programa Saúde da Família, a Merenda, o Transporte Escolar e todos os 390 programas federais são subfinanciados. Essa é a parte principal que oneram os Municípios”, explicou Ziulkoski. 

Pauta Prioritária dos Municípios:

1 – Reforma Política com o fim da reeleição para prefeitos, limite de três mandatos para o legislativo, coincidência nas votações e punição de corruptores;

2 – Reforma do Pacto Federativo para rever a pactuação de responsabilidades entre os entes Municípios, Estado e União.

3 – Atualização da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei de Licitações;

4 – Encontro de Contas da Previdência e redução da alíquota patronal para as prefeituras;

5 – Novas regras para recolhimento do ISS, com recolhimento do tributo na cidade do tomador do serviço;

6 – Elevação do repasse do FUNDEB e reajuste do Piso do Magistério com base no INPC;

7 – Recomposição do teto dos procedimentos de Média e Alta Complexidade (MAC) e ampliação do recurso destinado aos Hospitais de Pequeno Porte (HPP). 

8- Sensibilizar o STF para julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), que impede a justa distribuição dos royalties.

Fonte: UPB – Coordenação de Comunicação – Foto: Divulgação

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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