Poucos deputados mostram interesse em ocupar o lugar de Marcelo Nilo

Apesar de o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PSL), dizer que não pretende se candidatar a mais uma reeleição para o cargo, que já ocupa há cinco mandatos, ou seja, dez anos, caso inédito na história do legislativos brasileiros, o sentimento geral dos seus colegas é que ele continuará presidindo a Casa. A maioria dos parlamentares aposta que a posição de Nilo é confortável e que dificilmente ele deixará a cadeira para ser ocupada por outro colega.

Os deputados baianos não demonstram estarem mobilizados para encarar a disputa pela presidência da Assembleia. Ainda não colocaram a questão na pauta e acreditam que é muito cedo para abrir essa discussão. “Ainda falta muito tempo. Estamos concentrados em resolver assuntos imediatos, não futuros”, diz o líder do governo, deputado Zé Neto (PT).

De acordo com o deputado Hildécio Meireles (PMDB), a oposição ainda não tratou da sucessão da Mesa Diretora da Casa. “A decisão vai ser da bancada. Vamos nos posicionar em conjunto”, assinala. O soldado Prisco Machado (PPS) confirma que a bancada não discutiu a questão. “Esse tema ainda não foi abordado, mas acredito que, no momento oportuno, nos posicionaremos”, diz o socialista, adiantando ser contra a reeleição de Nilo.

Mesmo admitindo que isoladamente alguns deputados já se insinuam para suceder Nilo, como é o caso de Marcel Moraes (PV), que andou demonstrando esse interesse, a maioria dos parlamentares consultados entende que ele não tem a mínima chance, não só porque é uma novato sem experiência para conduzir o poder, mas também porque o atual presidente não “fala sério” quando diz não pretender manter-se no cargo.

A maioria avalia que Nilo quer apenas “valorizar mais seu passe”, pois estar na presidência do Legislativo faz parte dos seus planos para 2018. Sem o cargo, fica enfraquecido para pleitear uma das vagas para o Senado na chapa do governador Rui Costa (PT). “Marcelo Nilo é tudo, menos burro. Ele não vai abrir mão da cadeira porque sem ele é apenas mais um”, diz um dos deputados da oposição que prefere não ter seu nome revelado.

O certo é que, no momento, a avaliação geral é que Marcelo Nilo fica. Muitos o consideram “imbatível”, porque ele sabe fazer bem a política da boa vizinhança com os colegas. É um presidente que dificilmente nega as demandas dos seus pares. Além disso, acham que falta um nome forte o suficiente para entrar na concorrência com chances de vencer. Vai ter alguns votos contrários, mas deve manter-se no cargo para cumprir seu sexto mandato.

Fonte: bahia.ba