Poder de barganha de deputados deve crescer
A sucessão de conflitos e de crises em menos de dois meses de governo preocupa quem no Congresso farejava um clima favorável para a aprovação da reforma da Previdência. A partir de agora, valerá a regra de que timing é tudo: quanto mais o governo se desgasta, mais os parlamentares veem crescer o “valor” de seus votos e seu poder de barganha na hora de negociar apoio.
Por isso, Jair Bolsonaro voltou a Brasília com uma ideia fixa: aproveitar o que lhe resta de popularidade e ser, ele próprio, o porta-voz da reforma com os deputados.
A equipe do ministro Onyx Lorenzoni pensa em organizar um jantar para os 513 deputados federais no qual o presidente apresentaria, ao lado de Rodrigo Maia, os dois parlamentares que conduzirão o projeto na Câmara.
Se ficar para o segundo semestre, a reforma já era, aposta um experiente observador.
Brigam pela relatoria da Comissão Especial da reforma os deputados Altineu Côrtes (PR-RJ), Bia Kicis (PSL-DF), Pedro Paulo (DEM-RJ) e Arthur Maia (DEM-BA).
Rodrigo Maia (DEM-RJ) prefere escolher alguém de outra legenda para não dar ainda mais na vista que o DEM está levando tudo. Pesa a favor de Arthur Maia e Pedro Paulo, no entanto, o fato de que conhecem bem o assunto.
Fonte: O Estado de São Paulo