Petrobras corta gastos, mas desafios permanecem, diz Moody’s

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A decisão da Petrobras de reduzir fortemente sua despesa de capital é positiva, uma vez que ajuda a empresa petrolífera a preservar o caixa num momento em que ela está enfrentando um risco significativo de refinanciamento, afirmou a agência de classificação de risco Moody’s.

No entanto, estimativas de uma redução limitada na sua meta de produção para 2020 implicam preços muito baixos no setor de equipamentos e serviços, bem como na contínua produtividade operacional, acrescentou a agência.

A Petrobras anunciou nesta semana corte de 36% em seus investimentos, de US$ 28,8 bilhões para uma média anual de US$ 19 bilhões para o período de 2017 a 2019.

A empresa tem cerca de US$ 24 bilhões em dívida com vencimento nos próximos dois anos.

“Enquanto o corte no plano de investimentos vai ajudar a proteger a posição de caixa da Petrobras, opções de financiamento da empresa continuarão a ser limitadas diante do cenário de preço baixo do petróleo e uma economia brasileira fraca”, disse Nymia Almeida, vice-presidente e diretora de crédito sênior da Moody’s em relatório.

“A Petrobras continua a operar em condições difíceis. Como resultado, sua qualidade de crédito permanecerá sob estresse considerável no curto e médio prazo”, acrescentou Almeida.

Segundo a Moody’s, a economia brasileira fraca, os preços do petróleo voláteis e o real tornam as perspectivas difíceis para venda de ativos e as incertezas políticas devem limitar as opções de financiamento da empresa.

Além disso, os bancos no Brasil estão enfrentando suas próprias restrições de crédito e, provavelmente, têm muito menor apetite pelo risco em uma economia em contração.

A produtividade de capital da Petrobras será reduzida, uma vez que a empresa aumentará os investimentos em 2016 em US$ 1 bilhão, para US$ 20 bilhões, enquanto a produção de petróleo vai diminuir em 2% no ano.

Quanto a 2020, a empresa estima efeito limitado na meta de produção de petróleo a partir da diminuição dos gastos de capital.

Mas o real impacto dependerá de muitos fatores, incluindo a natureza dos cortes nas despesas, os preços pagos diariamente pelos equipamentos e serviços e ganhos continuados de produtividade.

Além disso, os investimentos mais baixos em projetos de longo prazo provavelmente poderiam não impactar a produção até depois de 2020.

Fonte: Exame

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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