Paulo Cezar e Paulo Azi: fim da aliança política e um novo cenário eleitoral – Maurílio Fontes
Depois de idas e vindas, esconde/esconde, fatos, versões, verdades, inverdades, composturas, imposturas, propostas inusitadas, finalmente, o rompimento entre o prefeito Paulo Cezar e o deputado federal Paulo Azi é realidade, a não ser que uma hecatombe às avessas mude o rumo dos acontecimentos e os dois voltem a professar a mesma fé eleitoral.
No cenário que surge após tantas e tantas horas de conversas, ambos trilharão nos próximos meses caminhos eleitorais diferentes, algo que foi insistentemente registrado como possível nos últimos meses pelo Alagoinhas Hoje.
Paulo Cezar optou por Sônia Fontes em uma coreografia política de difícil entendimento: nunca declarou peremptoriamente sua preferência por ela, não indicou seriamente nenhuma possibilidade distinta, embora discursivamente incluísse três nomes – Roberto Torres, José Edésio e João Rabelo – que poderiam representá-lo na disputa eleitoral de outubro, e mais recentemente tentou construir outra candidatura, apesar dos desmentidos de praxe, com enquadramentos pouco críveis.
Paulo Azi, político aparentemente exangue, frio, calculista, jogou o jogo que planejou e manteve em folha por mais tempo do que o previsto vários correligionários, que fora da Prefeitura de Alagoinhas teriam antecipado seus problemas domésticos, principalmente com a despensa.
Na undécima hora, manteve o mantra azista: Sônia Fontes não contaria com o apoio de seu grupo político por muitas razões desconhecidas por nós, simples mortais, (e comprováveis por fontes confiáveis), mas, talvez, por duas, incontestáveis: dificuldade de acreditar nos acordos alinhavados com a preferida de Paulo Cezar e a forma exclusivista como nasceu a pré-candidatura.
Na verdade, em política, as razões inconfessáveis são sempre mais importantes e relevantes do que aquelas às quais a imprensa e o distinto público têm acesso.
Divididos, ambos se enfraquecem e podem perder a eleição.
2008, aparentemente, não serviu para reforçar pontos de convergência e a previsível diáspora se concretiza no início de abril, prejudicando a pré-candidatura da secretária Sônia Fontes, hiper dependente do trabalho que será feito de agora em diante pelo prefeito Paulo Cezar.
Na política, a história nos ensina, que nunca é de bom alvitre misturar questões domésticas com estratégias eleitorais.
Joaquim Neto, ao contrário, caminhou sozinho, sem o apoio explícito do grupo do deputado Paulo Azi, e demonstrou ter musculatura eleitoral para cabalar votos, penetrar em segmentos importantes e gerar expectativa positiva em relação à sua performance, apesar de possuir um telhado de vidro de muitos metros quadrados por conta de suas administrações em Sátiro Dias.
O impasse prejudicou muito mais o planejamento da pré-candidatura da secretária Sônia Fontes, que precisará, agora, ser ágil e capaz de construir as variáveis que a tornem viável eleitoralmente.
A máquina será o alicerce para a curva ascendente da pré-candidata, que tem um desafio imediato e incontornável: diminuir sua rejeição.
No jogo cezista/azista, que reconfigura o cenário eleitoral de Alagoinhas, não há garantia de resultados alvissareiros.
O jogo terá que ser jogado com profissionalismo, implementação de ações estratégicas, alianças políticas, argumentos convincentes e recursos.
Façam suas apostas.
Foto: SECOM/Prefeitura Municipal de Alagoinhas