Para analista, resta a Simone Tebet se projetar para o futuro
A candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) concede entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta sexta-feira, 26, a partir das 20h30. A candidata é a última convidada da série de entrevistas que recebeu os principais presidenciáveis ao longo da semana, marcada pelo início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, nesta sexta-feira.
Tebet entrou na corrida para ser a candidata da terceira via, mas ainda não chegou à terceira posição nas pesquisas. De acordo com oagregador de pesquisas eleitorais do Estadão Dados de quinta-feira, 25, a candidata do MDB tinha média de 2% das intenções de voto, mesmo número de uma semana atrás.
Para o cientista político Marco Antônio Carvalho Teixeira, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Tebet chega à bancada do Jornal Nacional para cumprir tabela. Na sua avaliação, a entrada da candidata na corrida como uma alternativa da terceira via teve um custo muito alto.
“Ela teve de escantear João Doria, que era um candidato mais forte, mais robusto, mas muito rejeitado pela coligação. Ao mesmo tempo, e enquanto conseguiu formalizar uma aliança entre o partido dela, o MDB, o PSDB e o Cidadania, ela não encontrou adesão majoritária dentro dos partidos.”
Segundo Teixeira, as campanhas majoritárias do PSDB tanto em São Paulo como em outros lugares do País, como Minas, nem levam o nome de Tebet como candidata à Presidência. O mesmo, explica, ocorre com o MDB, sobretudo no Nordeste, onde boa parte da sigla está aliada à candidatura do ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva (PT). “Resta a Simone Tebet neste momento, sem conseguir alavancar as intenções de voto estacionadas entre 1% ou 2% que tinha antes de ser confirmada, fazer um bom papel.”
Resgatar sua atuação ativa na CPI da Covid-19 e estabelecer pontos críticos tanto ao presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto ao próprio Lula são algumas das alternativas que a senadora poderá buscar para ter um bom desempenho na sabatina, como opinou o cientista político.
“Ela deve tentar ganhar, nesse espaço, musculatura que o próprio Ciro (Gomes, candidato do PDT) está tentando ganhar”, diz Teixeira. Ele lembra que o ex-governador do Ceará seria, agora, naturalmente o candidato da terceira via considerando o volume de intenção de voto pelo menos três vezes maior do que o de Tebet. Segundo o cientista político, para que sua candidatura fosse viável, ela já deveria estar próxima de dois dígitos, algo em torno de 10%.
“Agora é cumprir tabela, tentar fazer o melhor papel possível, se projetar como alguma liderança e tentar faturar ou nas eleições municipais para a prefeitura de Campo Grande, ou nas próximas eleições nacionais tentando a eleição para o Senado ou a candidatura ao governo do Estado que representa, que é o Mato Grosso do Sul”, diz Teixeira.