Otto orientará deputados pela cassação de Cunha

O senador Otto Alencar (PSD) afirmou nessa sexta (13/11) que vai orientar os deputados federais baianos do PSD a votarem pela cassação do mandato do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB).

A bancada baiana do PSD conta com cinco deputados federais – Fernando Torres, José Carlos Araújo, José Nunes, Paulo Magalhães e Sérgio Brito.

Dois deles – Araújo e Brito – integram o Conselho de Ética da Casa. José Carlos Araújo preside o colegiado. Esta semana, o deputado Sérgio Brito informou que ainda não tinha “opinião formada”, nem “nenhuma tendência”.

“A gente tem um fato comprovado de improbidade administrativa, desvio de recursos, conta no exterior. Agora mesmo soube pelos blogs que a senha era o nome da mãe dele. Não vejo saída para a moralização da Câmara a não ser a cassação dele”, disse à imprensa.

Otto criticou a postura do líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso, que assinou anteontem um manifesto em apoio a Eduardo Cunha.

“Acho errado, há provas muito claras e contundentes. A minha orientação é que os deputados do PSD da Bahia votem pela cassação do mandato do Eduardo Cunha”, criticou o senador baiano.

No total, doze partidos assinaram o manifesto em defesa do presidente da Câmara, documento já lido na tribuna da Câmara pelo líder do PSC, André Moura (SE). Foram eles: PMDB, PSD, PSC, PR, PP, PTB, PRP, PTN, PTdoB, PHS, PEN e Solidariedade.

Juntos, os partidos somam 231 deputados com Rodrigo Maia (DEM-RJ). Isso porque o DEM, o PSDB e o PPS não assinaram a nota. Cunha responde a processo de cassação de mandato no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

O peemedebista é acusado de mentir na CPI da Petrobras, quando afirmou não ter contas na Suíça. A situação de Eduardo Cunha, que já era ruim, piorou, depois das entrevistas que concedeu  na semana passada alegando ser apenas “usufrutuário” das contas no exterior.

Cunha conseguiu perder o apoio do PSDB na Câmara, ser derrotado na votação do projeto de repatriação de recursos e ser denunciado na Organização dos Estados Americanos (OEA).

Além disso foram divulgados documentos mostrando que, ao contrário do que o peemedebista disse, ele movimentou dinheiro no país europeu. Extratos enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR) mostram que Cunha fez duas movimentações nas contas no ano passado.

Em janeiro, 328 mil francos suíços foram convertidos em US$ 387 mil e usados para pagar um investimento em ações da Petrobras na Bolsa de Nova York.

Em abril, assim que ocorreram as primeiras prisões da Operação Lava-Jato, 970 mil francos suíços foram transferidos para outra conta suíça que tem Cunha como beneficiário e a conta Orion foi fechada.

Fonte: tb

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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