Os bastidores da ‘intervenção’ de Sidônio para contornar uma possível nova crise no Pix
O BC anunciou mudanças no Pix na quinta-feira, sem qualquer preparação especial de divulgação. O Palácio do Planalto se assustou. Temeu uma nova onda negativa como a de janeiro, quando Nikolas Ferreira nocauteou o governo. E Sidônio Palmeira entrou em campo para tentar consertar o potencial estrago numa ferramenta que mexe (e como) na vida de todos os brasileiros.
Este é o resumo do que ocorreu nos bastidores entre quinta-feira e sexta-feira.
Sidônio, que só soube das mudanças quando elas já estavam na praça, chegou a telefonar para Gabriel Galípolo. Afinal, o dia que era para ser o das medidas do governo para tentar combater a alta dos alimentos, estava virando o dia de novas mexidas no Pix, com a oposição já espalhando temores e especulações nas redes sociais.
Em resumo, tudo o que o governo não precisava era uma nova confusão com o Pix.
As duas ideias que pautaram a reação do BC foram do chefe da Secom.
Primeiro, o vídeo de 1m30 que o presidente do BC gravou na tarde de ontem explicando detalhadamente as medidas que têm como objetivo evitar fraudes no Pix a partir da checagem de CPFs e CNPJs na Receita Federal.
E, em segundo lugar, bolou a frase “o que a gente não quer é morto fazendo Pix”, que virou uma espécie de slogan da novidade introduzida pelo BC. A frase foi usada ontem, por exemplo, pelo diretor do BC Breno Lobo, quando ele explicou as mudanças, e por Gleisi Hoffmann, entre outros.
Parece inacreditável mas as mudanças no Pix foram feitas sem qualquer preparação prévia de comunicação.
