Mutirão de saúde presta atendimento a detentas

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Cerca de 100 detentas do Conjunto Penal Feminino, em Mata Escura, passaram nesta terça-feira, 15, por avaliação nutricional, além da verificação da pressão arterial. A ação integra a programação dedicada ao mês das mulheres e segue até o final deste mês, com uma série de palestras de temas variados.

“Não temos médicos de todas as especialidades na equipe da unidade. Já sabemos quem precisa de acompanhamento mais frequente. Mas é uma oportunidade de identificar todas as necessidades e viabilizar o atendimento mais específico”, contou a diretora do presídio, Luz Marina Ferreira Lima da Silva.

A iniciativa é promovida por meio de parceria entre as secretarias da Saúde do município (SMS) e do estado (Sesab),  secretarias de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap), de Política para as Mulheres (SPM), de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e a Universidade Estadual da Bahia (Uneb).

A partir do resultado do índice de massa corporal (IMC) – calculado pela proporção entre altura e  peso do indivíduo para avaliar o grau de obesidade -, os profissionais de saúde iam identificando os fatores de riscos em cada paciente.

“Analisamos a possibilidade de ocorrência de males como a hipertensão, a diabetes e outras doenças”, explicou a técnica em saúde da mulher da SMS, a enfermeira Joventina Julita.

Após a verificação da pressão arterial, era a vez da consulta com a equipe de nutricionistas. “Tenho pressão alta e costumo tomar  remédios, mas é bom sempre acompanhar nosso estado de saúde”, disse Conceição Monteiro Bicalho, 75 anos, que está na unidade prisional há seis meses.

Debates

O ciclo de palestras começa na quinta, 17, com  abordagem  sobre as  doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e direitos sexuais e reprodutivos. Temas como tuberculose, uso de drogas e doenças como dengue, chikungunya e zika também integram a relação dos assuntos que serão discutidos.

“Uma vez por semana, há atendimento médico aqui, mas preciso de consulta com um oftalmologista, pois estou com dificuldade de realizar o trabalho que faço, com bordados. Uso os óculos de uma irmã da igreja”, contou Angélica Maria Nascimento de Santana, 55, custodiada há dois anos e 10 meses.

As ações também serão estendidas ao Hospital de Custódia e Tratamento (HCT). Hoje, será oferecido o exame de baciloscopia (procedimento para diagnóstico da tuberculose) e, no próximo dia 30, haverá teste rápido para detecção dos vírus HIV, sífilis e hepatite C, além da avaliação nutricional e verificação da pressão arterial.

Após a análise das consultas e o resultado dos exames feitos pela equipe multidisciplinar, as pacientes serão encaminhadas para atendimento especializado. “Caso não haja profissional da área na unidade, entraremos em contato com a rede  básica da saúde para atendimento da paciente ou deslocamento do médico até a unidade prisional”, explicou a enfermeira Joventina Julita, da SMS.

Atividades educativas

Há dois anos desenvolvendo trabalhos no presídio feminino, o Núcleo de Pesquisa, Saúde e Violência, vinculado à Uneb, também participou da atividade. Uma vez por semana, o grupo promove atividades educativas com as internas do Conjunto Penal Feminino. Após a escolha de um tema, são realizadas dinâmicas e oficinas.

“Também encaminhamos para atendimento médico na Uneb e ampliamos o trabalho para a creche que atende os filhos delas”, contou a doutora em saúde coletiva e coordenadora do projeto, Tânia Brito.

Na ação deste mês, a equipe do núcleo elaborou um questionário para a identificação de fatores de risco para doenças cardiovasculares. “Após a coleta de dados, iremos orientar essas mulheres para a prevenção de doenças ou tratamento”, disse Tânia Brito.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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