Mudança na comunicação de Lula é uma das explicações para a melhora da aprovação do governo
A Genial/Quaest de hoje é a quarta pesquisa consecutiva em que a aprovação de Lula cresce e a desaprovação cai. Agora em outubro, a aprovação e desaprovação do trabalho que Lula está fazendo retornou aos níveis de janeiro.
Mas só aparentemente isso quer dizer que o presidente está na mesma situação em que se encontrava no início do ano. Não está. Há uma diferença fundamental. Que é a seguinte: os números indicam que Lula está em viés de alta. Em janeiro, ele estava completando um semestre de resultados cadentes na Quaest. Agora, já são quatro pesquisas em que seu desempenho melhora. Não são percentuais reluzentes. Longe disso. Mas significam incontestáveis sinais de melhora.
Uma das chaves para se analisar essa pesquisa é o efeito das notícias positivas dos últimos 30 dias para o governo Lula.
Desde maio, subiu de 19% para 30% o percentual de entrevistados que dizem ter visto mais notícias positivas do que negativas sobre o governo. Esse dado de 30% é também o melhor resultado do ano para o governo.
Claro que ainda tem mais gente vendo mais notícias negativas. Mas a pesquisa mostra que o brasileiro avaliou de forma favorável o encontro entre Lula e Donald Trump na ONU. Apreciou o discurso de Lula também na ONU. Assim como enxergou de forma positiva a reforma do Imposto de Renda, com isenção para os que ganham até cinco salários mínimos e taxação de 10% sobre os ganhos superiores a R$ 600 mil por ano. Aliás, a reforma do IR foi a notícia que mais impactou entrevistados: 68% foram informados da aprovação do projeto. E são 79% a favor.
Notícias positivas ajudam qualquer governo. Mas nos últimos meses o Planalto começou a acertar sua comunicação. O que certamente contou para que o bumbo do governo reverberasse mais.
A troca, em janeiro, de um ministro da Secom, Paulo Pimenta, que nada entendia do assunto, para um, Sidônio Palmeira, que é da área, foi fundamental para esse resultado.
Mas não só. Esses últimos meses em que notícias positivas para o governo se somaram a uma comunicação mais ajustada foi justamente o período em que a direita, que há cerca de dez anos domina as redes sociais, praticamente não acertou uma boa estratégia de ataque. Foram meses em que a direita perdeu um discurso unificado contra o governo. Ou porque estava ou disputando entre si própria ou por que estava meio aturdida com o julgamento de Jair Bolsonaro por golpe de estado.
A Quaest foi feita entre quinta-feira passada e domingo. Ouviu presencialmente 2.004 pessoas de todo o Brasil. Sua margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Fonte: Lauro Jardim – O Globo