Mais de 60% das empresas não vão investir para a Copa

A maioria dos pequenos empresários não vai fazer investimentos para atender o público da Copa do Mundo: 63% deles dizem que não pretendem adotar medidas como aumentar estoque, contratar funcionários ou decorar o estabelecimento com as cores do Brasil.

O dado é de uma pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) com 600 empresários de 7 das 12 cidades que vão sediar o campeonato, que começa em junho.

A proporção dos que não pretendem se preparar para a Copa chega a 78% no Rio de Janeiro, cidade que já recebe fluxo considerável de turistas em datas como o Carnaval. A menor taxa (19%) foi registrada em Fortaleza.

Entre os estabelecimentos que preferem ignorar o evento, 42% afirmam que não acham a preparação necessária ou que a demanda justifique o investimento.

“Há uma baixa expectativa, uma sensação de que a Copa não vai ser nada de especial ou não vai ser tão diferentes de outros eventos que o Brasil já recebe”, afirma Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil.

Borges considera “razoável” que as empresas sejam comedidas. “Até aumentar o estoque é caro e é difícil obter recursos.”

Os resultados alcançados durante a Copa das Confederações, que foi realizada no ano passado, também influenciam essa decisão: 55% dos empresários das seis cidades que foram sede do torneio afirmaram que prepararam seus estabelecimentos para o evento. Mas, para 40% deles, o resultado obtido foi abaixo do esperado.

Existe também um temor de que o Mundial provoque uma onda de manifestações: 61% dos entrevistados disseram acreditar que haverá protestos e que isso afetará negativamente os negócios —em média, os empresários dizem que isso vai reduzir o volume de vendas em 19,8%.

COPO MEIO CHEIO

Paulo Solmucci Junior, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), considera coerente que pouco mais de um terço dos empresários não faça investimento para o campeonato. “A Copa vai ter um impacto mais intenso em áreas centrais. Não é um mercado muito grande”, afirma.

Uma sondagem feita pela associação apontou que um terço dos bares pretende fazer contratações no período. “Estamos falando de gerar pelo menos 300 mil empregos. É muita coisa para um mês apenas”, diz Solmucci.

Ele recomenda que, mesmo que o negócio seja pouco afetado pelo campeonato, sejam feitas adaptações simples, como traduzir o cardápio. “Se uma certa seleção joga na sua região, faça um cardápio no idioma dessa equipe, o que não custa nada.”

Editoria de Arte/Folhapress

 

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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