Maia diz que tratamento de Rui a Solidariedade não é digno
Nem a oferta da presidência da Bahiatursa pelo governo do Estado pode aplacar o desejo do Solidariedade de apoiar a candidatura a governador de Paulo Souto (DEM). O cargo teria sido oferecido ao filho do deputado federal Marcos Medrado, presidente estadual do partido, como uma última tentativa de manter o apoio da agremiação ao candidato do PT ao governo, Rui Costa. Ocorre que o deputado federal Arthur Maia, que tem o controle efetivo da sigla, já decidiu trilhar o caminho na direção do DEM e nem se sensibiliza com a promessa por parte de Rui ou do PT de cargos no governo estadual ou federal.
“Para mim, em qualquer aspecto da vida a dignidade do relacionamento vale mais que qualquer outra coisa e definitivamente o tratamento que está sendo dado ao partido por parte do governo e de Rui Costa não é digno”, afirmou Maia hoje pela manhã ao Política Livre, colocando em cima da mesa os motivos porque decretou como inviável o apoio a Rui, para em seguida acrescentar: “Não faço uso deste expediente de trocar apoio por cargo público”. Na semana passada, depois de aguardar por 15 dias um pedido de audiência com o candidato petista, Maia ligou para ele e foi taxativo.
Disse que Rui deveria desconsiderar qualquer pedido de indicação feita por ele para o Solidariedade ocupar cargos no governo federal e estadual. Referia-se principalmente a um pedido para uma indicação de uma diretoria da Codevasf que ficara simplesmente seis meses na gaveta do governo estadual sem qualquer resposta. Estava selado ali o afastamento do Solidariedade – que nacionalmente já aliou-se ao presidenciável tucano Aécio Neves – do PT baiano. Na mesma semana, Maia receberia para jantar em sua casa o prefeito ACM Neto (DEM) num contexto de absoluta descontração e oficializaria a aproximação com a campanha de Souto.
Ontem, numa tentativa desesperada de manter o Solidariedade na base, o governo resolveu trocar a oferta da diretoria financeira da Bahiatursa pela presidência da estatal para o filho de Medrado, Diogo. A promessa da diretoria da Bahiatursa ficara também engavetada por meses. Pior do que isso: ao se apresentar para trabalhar, Diogo teria, segundo relato do pai à rádio Metrópole, ouvido do presidente da Bahiatursa, Fernando Ferrero, que não precisava colocar os pés lá para trabalhar. Voltou para casa sentindo-se desprestigiado e humilhado.
E humilhado também teria ficado seu pai. Por este motivo, entre as lideranças do Solidariedade a nova oferta do governo do Estado ao filho de Medrado, para ocupar desta vez a presidência da Bahiatursa, não está sendo vista como suficiente para reverter o contrangimento a que os dois foram submetidos. Antes da nomeação de Diogo, fontes do próprio governo teriam plantado notas na imprensa informando que o filho de Medrado não tinha formação acadêmica para ocupar a diretoria-financeira da empresa do governo. “Certamente, assumir a Bahiatursa agora, depois de tudo porque eles passaram, vai ser uma humilhação ainda maior”, afirma um político que conhece pai e filho, dizendo-se até hoje impressionado com a postura do governo em relação a ambos e ao partido.
Fonte: Política Livre