Luta pelo impeachment de Dilma fica mais aberta no Congresso

A presidente Dilma Rousseff

Os deputados estão escolhendo seus lados no crescente debate sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, em meio às dificuldades do governo para aprovar medidas de austeridade que pretendem restaurar a confiança do investidor em uma economia que está encolhendo.

Líderes de sete partidos na Câmara, seis deles aliados do governo, disseram que não enxergam fundamento para o impeachment, somando-se a um número cada vez maior de parlamentares da base aliada que se posicionaram publicamente em defesa de Dilma nos últimos dias.

O líder do PMDB, a maior bancada da Câmara, com 66 deputados, disse que 50 deles são contra o impeachment e dez são abertamente a favor do afastamento da presidente.

O restante está indeciso. “A esta altura, realizar um impeachment legalmente não é viável”, disse Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara.

Os líderes do PDT, do PSD, do PP, do PR e do bloco de nove pequenos partidos liderado pelo PRB também se manifestaram contra o impeachment e dizem que essa é a posição de suas bancadas.

O líder do PSB, partido que tem 33 deputados e não integra a base de apoio ao governo, disse que a bancada está dividida em relação ao impeachment.

Neste momento, a soma dos votos da base do governo contrários ao impeachment é, segundo esses líderes, de 288 votos, o que já impediria a aprovação do afastamento da presidente para julgamento pelo Senado.

São necessários 342 votos para isso.

Enquanto isso, os opositores de Dilma apresentaram na quinta-feira um adendo para reforçar a argumentação jurídica de um pedido de impeachment apoiado pelos maiores partidos de oposição. Hélio Bicudo, um dos fundadores e ex-membro do Partido dos Trabalhadores, o PT, de Dilma, é um dos signatários do pedido.

O jurista Miguel Reale Júnior, ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002, também assinou o pedido.

A crescente divisão entre ambos os lados mostra como o debate sobre a possível saída de Dilma esquentou e pode estar mais perto de um momento decisivo.

Há várias semanas, poucos parlamentares falavam abertamente sobre a possibilidade de tirar a presidente do cargo. Desde então, a oposição intensificou os esforços para derrubar Dilma depois dos sinais de que a recessão está piorando e do rebaixamento da classificação de crédito soberano do país para o grau especulativo, na semana passada.

Fonte: Exame

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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