Lula e Bolsonaro derrapam em popularidade digital com debate; Ciro e Tebet disparam

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) derraparam em termos de desempenho nas redes sociais durante o primeiro debate presidencial destas eleições na TV, enquanto candidatos da terceira via como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) dispararam.

No domingo (28), quando ocorreu o evento organizado por Folha, UOL e TVs Bandeirantes e Cultura, os dois principais opositores registraram queda no Índice de Popularidade Digital (IPD), que vai de 0 a 100 e é calculado diariamente pela empresa Quaest.

O atual presidente, que tem desempenho superior na internet na maior parte do ano, recuou de 60,64 para 58,65 com relação ao sábado (27), sendo ultrapassado por pouco pelo petista, cujo indicador também diminuiu de 60,65 para 59,36.

No sentido contrário, Ciro expandiu seu índice de 33,06 para 41,52, e a senadora Tebet colou nele em quarto lugar, saltando de 29,12 para 37,25. Ambos foram os concorrentes mais bem avaliados no debate, apontaram pesquisas.

Ela teve a melhor performance, segundo levantamento qualitativo do Datafolha com 64 indecisos no voto, seguida pelo pedetista. E ele terminou com o maior percentual de menções positivas nas redes sociais, seguido pela emedebista, indicou outra coleta da Quaest.

Os outros que participaram do debate deste domingo, Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil), também colheram um saldo positivo na internet. O empresário ampliou seu número de 20,45 para 23,4 no dia, e a senadora, de 11,68 para 12,77.

Já as entrevistas dadas ao longo da semana passada pelos quatro primeiros candidatos ao Jornal Nacional, da TV Globo, foram responsáveis pelos maiores picos de popularidade deles na internet no último mês —exceto Tebet, que não empolgou na ocasião.

Ciro teve a maior disparada no IPD naquele 24 de agosto, se aproximando de Lula num movimento raro, já que sempre permaneceu distante ao longo da campanha. Seu número dobrou de 26,48 para
52,51 com relação ao dia anterior.

O atual presidente e o petista também viram o índice saltar nos dias das suas sabatinas, em 22 e 25 de agosto, respectivamente: Bolsonaro subiu de 63,15 para 70,38 (11%) e Lula alargou um pouco mais, de 55,28 para 72,28 (31%).

O IPD é publicado mensalmente pela Folha e ajuda a sentir a temperatura da corrida eleitoral. Ele é calculado desde 2018 por meio de um algoritmo de inteligência artificial que coleta e processa 152 variáveis dos sites Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipedia e Google.

São monitoradas seis dimensões: presença digital (perfis ativos), fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).

Na última sexta, o jornal mostrou que a direita e particularmente o PL de Bolsonaro dominam os rankings de popularidade digital dos candidatos a deputado federal por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, considerando uma metodologia um pouco menos abrangente.

A análise feita agora pela Quaest sobre os concorrentes à Presidência incluiu o período de 20 de julho a 28 de agosto. Nesse intervalo, Lula só ultrapassou Bolsonaro no IPD mais uma vez, além das datas do Jornal Nacional e do debate presidencial.

Foi entre 18 e 21 de agosto, quando participou dos seus primeiros comícios oficiais em Belo Horizonte e São Paulo, lançando aos respectivos governos estaduais os ex-prefeitos Alexandre Kalil (PSD) e Fernando Haddad (PT).

Já no caso de Bolsonaro, o início formal da campanha em 16 de agosto não parece ter impactado no seu desempenho nas redes sociais. Ele inclusive viu seu índice cair naquela semana. Em geral, os dois permaneceram estáveis no restante do período.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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