Lourival Trindade, a nova face do TJ, assume batendo na corrupção
Por mero acaso, talvez uma ironia, o desembargador Lourival Trindade, eleito presidente do Tribunal de Justiça da Bahia nesta quarta-feira, 4, é filho de Érico Cardoso, antiga Água Quente, e viveu sua trajetória como advogado entre Brumado e Livramento de Nossa Senhora.
Mais que nunca ele está precisando de Nossa Senhora para dar o livramento da má fama que a Operação Faroeste deixou para o TJ da Bahia, num caso de corrupção sem precedentes na história do Judiciário, tão contundente que deixou ele e os colegas perplexos quando a pancada aconteceu, pela forma, na véspera de uma eleição, pelo conteúdo, a acusação da venda de sentenças, e pelos atores do caso, o envolvimento de quatro colegas desembargadores.
Ascensão – Lourival emergiu para o TJ no rastro da ascensão de Jaques Wagner ao poder. O vice-governador do primeiro mandato do petista era Edmundo Pereira, de Brumado, dileto amigo, que o ajudou nas esferas do poder quando ele passou a figurar numa lista sêxtupla da OAB-BA.
Nesta quarta, no seu discurso, após eleito, citando vários autores, alguns poetas, Lourival foi enfático ao disparar contra a corrupção, na política, lembrando que no Brasil ‘há déficits internos de moralidade pública com índices sem precedentes de corrupção’, com a ressalva de que a condena ‘onde quer que ela se apresente’.
Oxalá a fala de Lourival tenha eco. E que a Faroeste fique no limbo da história.
Uma eleição bem trincada
Consultamos três desembargadores do TJ-BA sobre possíveis prognósticos para a eleição da presidência e os três foram não só unânimes, mas incisivos: a disputa entre os desembargadores Lourival Trindade e Cynthia Resende seria muito trincada.
Bota trincada nisso; 26 a 26 no primeiro turno e 28 a 27 no segundo, é sinal de que nossos interlocutores estavam bem antenados. Aliás, ninguém arriscava palpites apontando favoritismo.
Fonte: A Tarde