Lockdown em Alagoinhas é a melhor solução? Maurílio Fontes
Críticas aos gestores públicos em tempos de pandemia do novo coronavírus se tornaram comuns, exceto a uns poucos, a exemplo do prefeito ACM Neto e do governador Rui Costa (para ficarmos apenas em nosso solo baiano).
O lockdown (tranca rua, confinamento ou seja lá o que for) é polêmico, mistura componentes inflamáveis (impedimento dos deslocamentos interbairros, vigilância do aparato estatal, sufocamento da atividade econômica) e impõe análises/ações que diminuam danos e permitam que a saída na direção do momento pós-pandemia seja planejada, sustentada na ciência e nos estudos de especialistas de diversas áreas do conhecimento.
Nada é fácil. Não existem soluções prontas e disponíveis em nenhuma prateleira.
O que importa neste artigo é questionar se o lockdown é a melhor solução para conter a propagação do novo coronavírus em Alagoinhas.
Existem muitas mais perguntas do que respostas.
No entanto, não se pode negar a insatisfação de parte da população em relação ao toque de recolher que começará às 20 horas de sexta-feira (15).
Alegações pinçadas das redes sociais indicam que não se acredita nos resultados do toque de recolher.
Contudo, a população estaria disposta a viver um lockdown setorial ou total?
Fora do toque de recolher não restarão muitas alternativas ao prefeito Joaquim Neto, a não ser o lockdown parcial ou total, cujas consequências no sentido mais amplo não podem ser antecipadas por um não especialista, mais afeito aos temas do jornalismo e do marketing político/governamental.
Não existem decisões fáceis e algumas vacilações do prefeito – fecha o comércio, abre o comércio – inseriram novos ingredientes ao cenário analítico e à realidade diária da população de Alagoinhas, com parte dela vivendo como se o vírus fosse inofensivo.
Ruas com transeuntes como se vivêssemos “situação normal”, supermercados lotados e desobediência das regras em tempos de pandemia demonstram o quanto o nosso processo civilizatório é incipiente.
Critica-se o toque de recolher, mas o lockdown seria respeitado pela população de Alagoinhas?
A pandemia demonstrou que o individualismo não pode prevalecer e as soluções só serão alcançadas quando agirmos como coletividade, como humanos entre humanos, como seres que instintivamente devem agir no sentido de preservar a vida, visto que só temos uma.
Pensar no outro passou a ser um mantra necessário e urgente.
Sem isso, sairemos da pandemia muito pior do que fomos e somos
Maurílio Fontes é editor dos sites Alagoinhas Hoje e Bahia Hoje News