Invadida por candidatos a cada eleição, Alagoinhas é sempre esquecida nos anos seguintes – Maurílio Fontes

Em 1986, Antônio França Teixeira (PMDB),  famoso e polêmico comunicador do rádio baiano e da TV, obteve em sua eleição à Câmara dos Deputados um pouco mais de oito mil votos em Alagoinhas. Quantitativo considerável para o número de eleitores da época.

França, que já morreu, poderia ter se transformado em autêntico representante do município no plano federal justamente pela expressiva votação, resultado da força política do então deputado estadual Filadelfo Neto (PMDB), candidato a reeleição à Assembleia Legislativa, que havia rompido com o carlismo e se alinhado à candidatura de Waldir Pires ao governo da Bahia. 

Não se sabe de um pronunciamento de França Teixeira ou de projeto favorável a Alagoinhas no período em que exerceu seu mandato “brasiliense”. No governo de Nilo Coelho (89/91), o ex-radialista foi indicado para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), sinecura para os amigos do poder.  E Alagoinhas perdeu (?) um representante que não teve. 

Muitos exemplos de desperdício de votos dos alagoinhenses poderiam ser citados em 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010. Candidatos sem nenhuma vinculação com a cidade, sem saber o nome de uma rua de Alagoinhas, sem conhecer a história política do município, aqui aportam com o beneplácito de alguns e enchem os embornais de votos, as sacolas ($$$$$) – com exceções dignas de registros – de seus cabos eleitorais e desaparecem do mapa.

Uma história repetitiva e enfadonha, cujo “THE END” é sempre previsível, não necessitando que os alagoinhenses tenham poderes de Madame Beatriz. 

Certamente, os candidatos nascidos em Alagoinhas podem não ter os melhores atributos, mas diferenciam-se dos outros por uma razão básica: moram aqui, podem ser cobrados e instados a explicar seus posicionamentos na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados.

Com um discurso falacioso, os cabos eleitorais fazem malabarismos verbais porque não possuem nenhum compromisso com a cidade e estão voltados apenas para seus interesses pessoais, familiares e corporativos. 

Os pressupostos explicativos para os apoios fogem da verdade, tangenciam a realidade dos fatos e sucumbem diante de mínimos argumentos. 

Nesta reta final da campanha, quando o dia 5 de Outubro se aproxima velozmente, é hora de pensar em quem votar, preservando os interesses da cidade, que é maior do que todos nós, merecendo, portanto, de seus munícipes e eleitores mais análise, avaliação histórica das últimas eleições e compromisso com o futuro de Alagoinhas. 

Sem representatividade política, o município perderá oportunidades econômicas, educacionais, sociais e em vários outros segmentos importantes para a consolidação de seu desenvolvimento nos próximos quatro anos. 

Que cada um alagoinhense cumpra sua obrigação, mas mais do que isso, utilize o voto como instrumento de cidadania em prol da defesa dos reais interesses de Alagoinhas. 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

Menu de Topo