Governo Lula lança PAC para universidades federais para tentar reverter greve de professores

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta segunda-feira (10) um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para as universidades federais e para os hospitais universitários, com previsão de R$ 5,5 bilhões em investimentos.

O ministro da Educação, Camilo Santana, ainda afirmou que o novo programa vai contemplar a construção de dez novos campi das universidades federais brasileiras.

O anúncio acontece em meio à pressão sobre o governo federal, por causa da greve nas universidades federais brasileiras. Camilo e o presidente Lula, inclusive, escutaram cobranças em discursos durante o evento no Palácio do Planalto.

Os novos campi serão em São Gabriel da Cachoeira (AM), Rurópolis (PA), Baturité (CE), Sertânia (PE), Estância (SE), Jequié (BA), Cidade Ocidental (GO), Ipatinga (MG), São José do Rio Preto (SP) e Caxias do Sul (RS).

Santana explicou que esse montante contempla R$ 3,17 bilhões para o que descreveu como “consolidação”, que seria a construção de obras que já estavam inicialmente previstas, como moradia estudantil e laboratórios.

Também serão investimentos R$ 600 milhões na expansão das universidades federais, com a construção dos novos campi. E também há previsão de R$ 1,75 bilhão para hospitais universitários.

Nesse ponto, no entanto, a apresentação do ministro Camilo induz ao erro, pois já havia R$ 1,5 bilhão previstos no Novo PAC para os hospitais universitários. Houve, então, acréscimo de R$ 250 milhões ao montante já presente no programa.

Os oito novos hospitais são unidades ligadas às universidades federais de Pelotas (RS), Juiz de Fora e Lavras (MG), Acre, Roraima, Rio de Janeiro, São Paulo e Cariri (CE).

Camilo Santana também anunciou um acréscimo de recursos para o custeios das instituições federais, em um total de R$ 400 milhões. Desse total, R$ 279,2 milhões serão para as universidades e outros R$ 120,7 milhões para os institutos federais.

Lula se reuniu nesta segunda-feira com reitores de universidades federais e institutos federais, no Palácio do Planalto, em meio à pressão pela greve no setor que já dura quase dois meses.

Em sua fala, a presidente da Andifes e reitora da Unb, Márcia Abrahão, cobrou uma solução para a questão salarial dos servidores das universidades, lembrando que outras categorias foram beneficiadas com reajustes.

“São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor [presidente Lula] bem sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste recentemente”, afirmou a reitora.

“Há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário mínimo. Esperamos que essa semana governo e sindicatos cheguem a situação negociada, pacificando a situação”, completou.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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