General afirmou que prender no Araguaia ‘não era uma opção’

A Comissão Nacional da Verdade citará um depoimento reservado do general reformado Nilton Cerqueira como nova prova de que o Exército executou presos políticos na Guerrilha do Araguaia (1972-74). O militar, que atuou na fase final do conflito, falou ao órgão em novembro passado. Questionado sobre combatentes que foram capturados com vida e desapareceram, afirmou: “Prender os terroristas não era uma opção”. O testemunho será divulgado hoje em audiência pública.

Nilton Cerqueira chefiou a ação que matou o guerrilheiro Carlos Lamarca, em 1971. No mês passado, ele voltou à Comissão da Verdade para depor sobre o atentado do Riocentro, mas se recusou a falar.

Em outro depoimento, o sargento João Sacramento relata ter visto com vida, após serem capturados, ao menos três desaparecidos do Araguaia: Divino Ferreira de Souza, Daniel Callado e Antônio de Pádua.

O coronel reformado Sebastião Curió, um dos chefes da repressão à guerrilha, mandou avisar ontem que não pretende comparecer à audiência pública. Após negociação, ele pode ser ouvido no Hospital das Forças Armadas, em Brasília.

Fonte: Painel – Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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