Gastos de campanhas: mentiras que se repetem – Maurílio Fontes.
Com o início das campanhas, a partir de hoje, o distinto público fica sabendo dos gastos previstos nas disputas presidenciais e, no nosso caso, sobre os valores que os candidatos ao Palácio de Ondina pretendem “investir” até 5 de Outubro.
Campanhas eleitorais são paraísos para empreiteiras, que amarram compromissos futuros e garantem acesso a recursos públicos pela “parceria e fidelidade” demonstradas neste momento.
No Brasil, os valores contidos nas planilhas de gastos apresentadas à Justiça Eleitoral são meras peças de ficção, arremedo de contabilidade e o velho “me engana que eu gosto.”
Não têm proximidade com a realidade e o subterrâneo das campanhas majoritárias e também proporcionais (estas, talvez, menos “vigiadas” pelos órgãos fiscalizadores). Os candidatos às Assembleias Legislativas e à Câmara dos Deputados são pródigos em maquiar números, pois cabos eleitorais custam muito dinheiro.
A legislação é frouxa, os tribunais não possuem estruturas para rígida fiscalização e os políticos, com raríssimas exceções, preferem as sombras, os pacotes de verdinhas e os caixas 2, 3, 4, ….10.
A seriedade há muito se desapartou da política, que se transformou em grande negócio, balcão comercial e espécie de cassino de intermediações para lá de desonestas.
Frise-se, mais uma vez, que alguns poucos políticos ainda trilham o caminho da transparência.
Apesar dos avanços de nossa democracia, estabelecida em 1985, com o fim da ditadura militar, os gastos de campanhas continuam sendo mentiras que se repetem a cada dois anos.