Correios: Fundo de pensão de servidores perde R$ 105 milhões com Argentina

O fundo de pensão Postalis, dos funcionários dos Correios, perdeu mais R$ 105 milhões com o calote dos títulos da dívida Argentina. Contudo, segundo decisão judicial à qual a Folha teve acesso, a Postalis obteve nesta quinta-feira (18) um novo bloqueio da conta do BNY Mellon, no mesmo valor, no Brasil.

O Postalis é o único cotista do Brasil Sovereign II, administrado pelo Mellon. No mês passado, a Justiça do Rio já havia decretado o bloqueio de R$ 197,8 milhões das contas do Mellon no Brasil a pedido da Postalis. O fundo era gerido por outra empresa, chamada Atlântica. Ele deveria aplicar 80% dos recursos em títulos da dívida brasileira, porém a maior parte deles estava em papéis da Argentina, da Venezuela e de sua estatal de petróleo, a PDVSA.

A Postalis entende que o banco americano, por ser o administrador, tinha dever de supervisionar a gestão do fundo e garantir que as regras fossem cumpridas. Como a Atlântica fechou as portas e seus donos desapareceram, a Postalis quer que o Mellon assuma o prejuízo. A fundação formalizou pedido para que o Banco Central inicie processo contra o Mellon.

O Mellon informou que vai recorrer da ação movida pela Postalis. O banco alega que as escolhas de investimentos mal sucedidas são de responsabilidade do gestor, a Atlântica, e que ele foi escolhido pela própria Postalis.

A Argentina refuta o termo calote. O órgão do sistema financeiro que estabelece regras internacionais, ISDA, determinou que houve calote.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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