Famílias buscam formas de evitar o consumismo
Na casa da bióloga e artesã Sandra Luckesi, Natal tem cheiro de cola e tinta. Para afastar as crianças do consumismo exacerbado, ela incentiva os filhos, de 5 e 10 anos, a fabricarem lembranças e cartões de forma artesanal para presentear familiares e amigos.
Sandra transformou o Papai Noel em um motivador para desenvolver a imaginação e levantar a reflexão sobre bondade e solidariedade. “Para nós, ‘ser’ é mais importante do que ‘ter’ “. Pregamos isso dentro de casa para que eles reproduzam a atitude na rua”, conta.
E isso não significa que, como toda criança, eles não peçam presentes ao Bom Velhinho, com direito a sapatinho na janela e cartinha. Na casa dela, o Papai Noel preza presentear as crianças com brinquedos que despertem a criatividade ou que possam proporcionar brincadeiras ao ar livre.
“Optamos por comprar brinquedos com pessoas que produzem manualmente, em vez de adquirir aqueles fabricados pela grande indústria. Esses, muitas vezes, são desprezados pelas crianças logo que saem de moda”, diz.
Reflexão
Para a representante do Movimento Infância Livre de Consumismo (Milc) em Salvador, Mariana Sá, não é necessário demonizar a figura do Papai Noel para ficar livre da publicidade que motiva o consumismo neste período.
Segundo ela, o Natal serve para refletir sobre o “dar e receber”. “É possível preservar a parte lúdica da festa e, ao mesmo tempo, ter visão crítica sobre esse personagem que, na essência, presenteia e promove o bem”, acredita.
Fonte: A Tarde