Falta gente qualificada para 75% das empresas em Feira

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Mesmo com o aumento do desemprego, em função da crise econômica, ainda chega gente de fora para trabalhar em Feira de Santana. Um dos motivos é a falta de mão-de-obra qualificada para alguns postos, como mostra o levantamento feito pela Price Waterhouse (PwC). Entre os  empresários ouvidos, 75% se queixaram da falta de profissionais bem preparados.

Aliás, dos mais de 137 mil moradores que Feira de Santana ganhou ao longo dos últimos 15 anos, uma boa parte chegou à cidade em busca de oportunidades. Como Wesley Oliveira, natural de Patos de Minas (MG), que se mudou para Feira de Santana em dezembro do ano passado para assumir a gerência de uma unidade da Real Calçados.

Feliz com o novo trabalho, Oliveira considera que o consumidor feirense é diferente de seus conterrâneos. “O povo aqui quando quer compra mesmo, não adia. Os mineiros são mais contidos”, afirma. Com essa nova loja, já são quatro unidades da empresa em Feira  de Santana. E o novo morador da cidade por enquanto não vê motivos para se preocupar com as vendas.

Mas no mercado de trabalho feirense nem tudo são flores. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a cidade perdeu 1.111 postos de trabalho em dezembro de 2015 no mesmo mês em que a capital teve 5.780 vagas a menos e Juazeiro, com menos da metade da população de Feira e  a e economia baseada na fruticultura, teve o segundo pior desempenho do estado, com 1.882 postos a menos.

Planos de contratação

Um outro dado que reflete o paradoxo do mercado de trabalho em Feira de Santana é que o desemprego é visto como uma questão prioritária apenas para 5%  dos entrevistados pela PwC, em pesquisa concluída em junho de 2015. Naquele mês, 41% dos empresários manifestaram a intenção de ampliar o quadro de pessoal em 2016 e apenas 21% afirmaram que pretendiam demitir.

Um dado impressionante é a preocupação com a qualificação da mão-de-obra. Para 75% dos entrevistados, falta profissionais bem preparados em Feira de Santana. “Há uma preocupação entre os líderes políticos e empresariais da cidade no sentido de aumentar a oferta de cursos, inclusive universitários. O pensamento deles é que a cidade  tenha Campinas como um modelo”, afirma Cláudio Coutinho, autor do estudo, e que esteve em Feira de Santana em novembro durante a Semana Global de Empreendedorismo para falar sobre a Força Econômica de Feira de Santana.

Para 38% dos entrevistados, a cidade tem na localização geográfica seu maior  trunfo.
“Há um debate sobre como conduzir o desenvolvimento da cidade”, afirma Coutinho, que não vê uma complementaridade entre as economias de Feira de Santana, Camaçari e Salvador, mas questiona, por exemplo, se a cidade não deveria atrair indústrias  de transformação do setor plástico, como fábricas de embalagens. “As indústrias que fornecem a matéria-prima estão em Camaçari, mas há muito mais indústrias que vão comprar essas embalagens em Feira de Santa”, afirma o executivo da Price Waterhouse.

Fonte: A Tarde

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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