Em contraponto a Ciro, Marina defende atuação de Judiciário e Ministério Público

Em contraponto à declaração de Ciro Gomes (PDT) sobre limitar a atuação do Judiciário e do Ministério Público, a também presidenciável Marina Silva (Rede) defendeu, nesta quarta (25), as ações de combate à corrupção.

Em declaração ao programa “Resenha”, da TV Difusora, do Maranhão, no dia 16 de julho, Ciro disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só terá chance de deixar a prisão em Curitiba se o seu grupo assumir o poder e colocar o Judiciário e o Ministério Público em suas caixinhas.

“Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político”, afirmou ele.

Sem citar Ciro, Marina disse, durante entrevista à imprensa em São Paulo, que não é gratuita a interferência do Judiciário na política.

“Hoje há uma reclamação de que a política está tendo interferência da Justiça. Mas talvez a gente tenha que questionar quais são as razões pelas quais a Justiça está interferindo na política. Obviamente que todos os processos, assegurando a mais ampla e legítima defesa, com advogados pagos a peso de ouro, mostram o nível de enraizamento da corrupção nos representantes políticos.” 

“Não consigo imaginar como estearíamos se pelo menos parte da Justiça não estivesse socorrendo a política nesse caos ético em que vivemos”, completou. A pré-candidata da Rede reuniu-se em São Paulo com representamos da Transparência Internacional para conhecer o documento Novas Medidas do Movimento Unidos Contra a Corrupção, elaborado pela entidade em parceria com diversas organizações da sociedade civil e especialistas no assunto. 

O documento engloba e atualiza as chamadas Dez Medidas Contra a Corrupção elaboradas pela equipe da Operação Lava Jato, mas aumenta o número de propostas para 70.

Marina diz que há convergências entre o programa da Rede e o documento em vários pontos, como a defesa do fim do foro especial, do financiamento público de campanha e do fortalecimento dos órgãos públicos de combate à corrupção.

“Uma vez promovida uma ação política ética, de combate à corrupção, talvez tenhamos meios para que de fato a Justiça deixe de ficar indo socorrer a política.”

No encontro, Marina voltou a criticar o jogo de alianças na corrida eleitoral. 

 

Fonte: Folha de São Paulo

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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