Eduardo Cunha articula convocação de Rodrigo Janot pela CPI da Petrobras

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem mobilizado aliados para aprovar a convocação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que funciona na Casa, sob seu controle.

Na expectativa de que Janot entre com um pedido de mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para não comparecer à CPI, aliados de Cunha têm falado em “crise institucional” entre a Câmara e o Ministério Público.

“Impedir este comentário de uma crise institucional ninguém vai impedir. Será uma crise institucional porque envolve os representantes de cada poder”, disse o presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), que colocou o requerimento na pauta.

“É claro que existe uma grande polêmica em relação a esse requerimento. Pautarei todos os requerimentos apresentados até quarta-feira. Pauto tudo e deixo que o relator priorize.”

No requerimento, Paulinho da Força justifica a necessidade de convocação para que Janot explique a contratação, sem licitação, de duas empresas de assessoria de imprensa para prestar serviços à PGR. Para o deputado, as companhias Oficina da Palavra e In Press Comunicação seriam responsáveis pela difusão de informações sigilosas a respeito das investigações da Operação Lava Jato.

Além da convocação, mais dois requerimentos apresentados pelo deputado pedem a quebra do sigilo telefônico de Janot e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Cunha é um dos alvos da Lava Jato, suspeito de se beneficiar do esquema de corrupção da Petrobras. Elé um dos 50 investigados com inquéritos no STF. Além da convocação, também articulada com seu aliado Paulinho da Força, trabalha para a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impede a recondução ao cargo de procurador-geral, a quem acusa de persegui-lo.

O presidente da Câmara não tem poupado críticas ao procurador. Irritado com a busca e apreensão, autorizada pelo STF e realizada no seu gabinete na semana passada, Cunha acusou Janot de ter uma “querela pessoal” com ele. De acordo com depoimento do doleiro Alberto Youssef, Cunha usou um requerimento da casa para chantagear uma empresário.

Nos registros da casa, Cunha aparece como autor de requerimento, apesar do documento ter sido apresentado pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), sua aliada. Os registros apontam que o documento, pedindo a investigação da empresa Mitsui, foi protocolado no gabinete de Cunha. ele, no entanto, alega que a deputada, ou algum assessor pode ter utilizado seu gabinete para redigir o pedido.

Fonte: iG

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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