Doleiro diz que negociações com André Vargas ocorriam na Câmara

André Vargas

O empresário Leonardo Meirelles, acusado de envolvimento no esquema de remessas ilegais para o exterior e lavagem de dinheiro destinado a pagamento de propina na Petrobras, disse há pouco, em depoimento à CPI da Petrobras, que o ex-deputado André Vargas (PT-PR) participou de todas as fases da negociação entre uma de suas empresas, o laboratório Labogen, e o Ministério da Saúde.

A empresa de Meirelles negociou o fornecimento de citrato de sildenafila, num contrato de R$ 150 milhões oficialmente tratado pelo ministério com outros dois laboratórios, o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) e a EMS .

Para a Polícia Federal, apesar de o Labogen não ter sido contratado oficialmente houve uma operação triangular com a participação das outras empresas.

Meirelles disse que Vargas o ajudou a abrir portas no ministério, mas não pediu propina. “Vargas participou de todas as fases da negociação com o Ministério da Saúde; mas em nenhum momento ele me pediu propina”, disse.

“Onde o senhor se encontrava com ele?, perguntou o deputado Bruno Covas (PSDB-SP). “Todas as reuniões sobre o projeto da Labogen aconteceram na Câmara, no gabinete da vice-presidência”, respondeu Meirelles.

Vargas, ex-vice-presidente da Câmara, teve o mandato cassado em 2014 depois de ter usado um jatinho alugado por Youssef e de ter sido acusado de intermediar negócios de Youssef, sócio de Meirelles, com o Ministério da Saúde.

Ele foi preso em uma investigação que não tem relação direta com desvios da Petrobras. Vargas é suspeito de envolvimento em um esquema de fraude em contratos de publicidade firmados pelo Ministério da Saúde e pela Caixa Econômica Federal (CEF).

Ex-presidente do PSDB teria recebido propina para evitar CPI

Durante o depoimento, Leonardo Meirelles confirmou ter ouvido, do doleiro Alberto Youssef, a confirmação de que houve pagamento ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para evitar uma CPI no Congresso.

Ele fez essa afirmação ao responder a uma pergunta do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

“Confirmo o depoimento que dei anteriormente. Em uma determinada oportunidade, Youssef estava no telefone com alguém e confirmou que faltava uma parte dos valores a serem pagos naquela situação do Sérgio. Mas eu não vi dinheiro e não presenciei a operação”, disse.

“O Sérgio que o senhor menciona é o Sérgio Guerra?” perguntou o relator. “Sim”, respondeu Meirelles.

Fonte: Agência Brasil

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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