Diretor do SAAE afirma que autarquia não criará empecilhos para CPI

SAAE ALAGOINHAS 3

Depois de três tentativas frustradas, os vereadores de oposição ao prefeito de Alagoinhas, Paulo Cezar (PDT), conseguiram, na última terça-feira (13), a aprovação de requerimento para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), autarquia fundada em 1965.

Alagoinhas vem sofrendo com o desabastecimento nos últimos anos e as dificuldades financeiras do SAAE o impossibilitam de fazer investimentos na captação e tratamento da água fornecida aos mais de 45 mil clientes da empresa.

O administrador Caio Castro, ex-secretário municipal de Educação, assumiu a gestão da autarquia em agosto de 2015 e vem trabalhando para sanear financeiramente a empresa, que arrecada aproximadamente R$ 2 milhões mês.

Para ele, a responsabilidade de encontrar alternativas viáveis à sustentabilidade do SAAE é também do prefeito Paulo Cezar, dos 17 vereadores alagoinhenses e dos deputados estaduais e federais votados na cidade. “Não há dolo e nem má fé na gestão do SAAE, por isso lamento que a CPI tenha surgido às vésperas da eleição”, disse Castro, acrescentando “que a empresa estará de portas abertas para os membros da comissão, mas espera que o trabalho dos parlamentares não interfira no dia a dia da empresa, hoje com administração voltada ao seu soerguimento”.

O requerimento foi assinado pelos vereadores Luciano Sérgio (PT), Jenser Souza (Rede), Carlos Renan (PHS), Jorge Mendes (PSDB), Caio Ramos (Rede) e Radiovaldo Costa.

Jenser Souza, autor do requerimento, propôs que a CPI investigue a autarquia entre 2001-2008, período em que Alagoinhas foi governada pelo atual deputado estadual Joseildo Ramos (PT) e também os dois mandatos do atual prefeito (2009/março de 2016).

Luciano Sérgio (PT) acredita que a melhor metodologia de trabalho da CPI seja investigar as administrações do SAAE de forma inversa, do presente para o passado. “Vou propor à mesa diretora da Câmara de Vereadores que o trabalho seja prático, ágil e objetivo para que a comissão apresente os resultados que a sociedade alagoinhense espera”, afirmou o petista.

A comissão tem 180 dias para concluir o trabalho e apresentar o relatório final.

Ausências

As ausências na sessão de ontem (14) dos vereadores Djalma Santos (PRB), José Edésio (PTdoB), Raimunda Florêncio (PSB), Antônio Carlos Cabeça (PV), Jorge da Farinha (DEM), Edilon Ramos (PV), Arão Oliveira (PV), José Cleto (PTC) e Gilson Guimarães (PROS), que compõem a base aliada do prefeito Paulo Cezar, contradizem a afirmação do diretor do SAAE sobre o interesse do governo em colaborar com a Comissão Parlamentar de Inquérito.

Na verdade, a administração municipal tenta ganhar tempo para esvaziar a CPI e diminuir os impactos de sua efetiva instalação.

Cogitam-se nos bastidores muitas possibilidades, mas os seis vereadores que assinaram a CPI já não podem voltar atrás porque se uma assinatura for retirada, para inviabilizar a investigação, o “fujão” pagará alto preço político/eleitoral, capaz de impedir sua manutenção no legislativo alagoinhense.

As redes sociais multiplicariam em progressão geométrica a retirada da assinatura. 

Foto: Alagoinhas Hoje

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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