Dinheiro no exterior era “caderneta de poupança”, diz Cunha
O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) disse nesta terça-feira ao juiz Sérgio Moro que os recursos que mantinha em contas no exterior administradas por trustes eram usadas como investimento, uma “aplicação”.
“Há vários momentos nessa situação. Em todas usava como se fosse uma caderneta de poupança”, disse Cunha durante o interrogatório que durou três horas.
Preso desde outubro, o deputado cassado responde a uma ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Ele é acusado de recebimento de propina por um negócio da Petrobras na África e manutenção do dinheiro em contas no exterior.
Cunha, no entanto, afirmou que o dinheiro é de origem lícita e negou envolvimento em negócios da petroleira ou recebimento de propina.
Ele voltou a afirmar que é beneficiário de contas administradas por trustes. O peemedebista ainda disse manter as contas há mais de 25 anos e, segundo ele, uma delas é registrada no divórcio de seu primeiro casamento, em 1996.
Em outubro de 2015, quando as investigações da Suíça sobre contas ligadas a Eduardo Cunha chegaram ao Brasil, os investigadores identificaram gastos de mais de US$ 800 mil em dois cartões de crédito internacionais, além de pagamentos de um curso em renomada escola de tênis com sede na Flórida e outros cursos na Espanha e no Reino Unido.
Fonte: Estadão