Diária em hotéis durante jogos da Copa cai até 52% desde o início do ano
A hospedagem no Rio de Janeiro para assistir à final da Copa do Mundo, no dia 13 de julho, ficou mais barata entre janeiro e abril.
A diária média na capital fluminense para a data caiu 43%, passando de R$ 1.441 no começo do ano para R$ 816 neste mês.
Os valores são de levantamento feito pelo Trivago, site que compara preços de hotéis em mais de 40 países.
A consulta foi realizada só para quartos que acomodam duas pessoas, de acordo com a disponibilidade dos hotéis em cada cidade.
Em relação aos dados de janeiro, que não correspondem a todas as sedes, a maior queda foi registrada no Rio. A diária para ver o jogo entre Espanha e Chile, em
18 de junho, ficou 52% mais barata.
O mesmo movimento aconteceu em São Paulo e Salvador, onde o custo da hospedagem caiu até 34%.
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Para o presidente da consultoria especializada em hotelaria BSH, José Marino, a redução das tarifas foi consequência de uma premissa equivocada: a de que a demanda ligada à Copa do Mundo seria suficiente para garantir a ocupação.
Segundo Marino, animados com as possibilidades do torneio, muitos empresários consideraram que não seria preciso atrair eventos corporativos ou turistas de lazer para preencher as vagas.
“Empresas cancelaram congressos e turistas deixaram de visitar cidades-sede durante a Copa com medo de faltar leito. Achava-se que o evento traria um número gigantesco de pessoas”, diz.
Para ele, com a percepção de que boa parte dos torcedores são brasileiros e não precisarão de hospedagem, os empresários devem se reorganizar para elevar a ocupação. Daí a redução de preços.
Para o vice-presidente da Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Nerleo Caus, as tarifas menores também são consequência de uma mudança de percepção sobre a Copa.
Ele vê a queda das diárias como um movimento de acomodação do setor, após os hotéis estabelecerem preços muito altos, baseados no otimismo inicial.
O cancelamento de reservas feitas com antecedência e o desbloqueio de leitos pela Match Services, operadora de turismo oficial da Fifa, também teriam contribuído para a diminuição.
De acordo com o FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), 9% dos leitos do Rio estavam bloqueados pela Match em fevereiro. Neste mês, são apenas 4%.
“Passada a euforia, começa a aparecer a realidade. À medida que os preços caem, os hotéis ficam mais atrativos. Muita gente vai reservar 30 dias antes”, diz Caus.
Até o final do mês, a Match deve informar novamente onde vai desbloquear ou bloquear leitos, ajudando a definir o novo cenário do setor.
Fonte: Folha de São Paulo