‘Desafio do PT é se renovar e fazer discurso para juventude’, diz Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 10, que o PT precisa voltar a fazer um discurso voltado para a juventude do País. A declaração foi feita ao chegar no Diretório Municipal do PT em São Bernardo do Campo para votar nas eleições em que serão escolhidos o presidente da legenda e diretorias estaduais e municipais.
“O desafio dos próximos dirigentes do PT é, além de renovar o partido, porque eu acho que o partido precisa fazer um discurso mais para a juventude, é importante a gente consolidar o processo eleitoral do próximo ano”, afirmou ao chegar com muito tumulto. Lula apoia o atual presidente do PT, Rui Falcão, da chapa O Partido que Muda o Brasil. A expectativa é que Falcão seja reeleito para comandar o PT na campanha para o segundo mandato de Dilma Rousseff para a Presidência da República.
Dilma. A presidente Dilma Rousseff anunciou em seu perfil no Twitter que também votará na eleição interna do PT para escolha do novo presidente nacional do partido. Ela afirma ter orgulho da sigla, “um partido nascido das lutas dos trabalhadores e que governa olhando para os mais pobres, os mais fracos, os mais necessitados”. Segundo ela, assim foi no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e assim é no seu governo.
“Não existe democracia sem partidos. Ao longo da história, a ideia da política sem partidos esteve sempre ligada à defesa de governos autoritários e elitistas”, disse. No entanto, defendeu uma mudança no sistema político brasileiro. “Por isso, um dos cinco Pactos que lancei foi o da Reforma Política. A Reforma Política deve permitir à sociedade participar de forma efetiva dos destinos do País. Defendo uma Reforma Política decidida por consulta popular, ouvindo a população brasileira”, afirmou.
As eleições internas da sigla são consideradas o primeiro passo para preparar a campanha à reeleição de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto, em 2014. Mesmo com os posicionamentos da presidente na internet e a fala de Lula, a sigla enfrenta o desafio de elaborar a partir de agora um programa que vá além do discurso de combate à miséria, que garantiu duas vitórias do partido nas últimas eleições presidenciais. A meta é criar uma nova agenda, que dialogue diretamente com a chamada nova classe média.
Renovação. Em conversas reservadas, ministros do governo e dirigentes do PT afirmam que os 11 anos no Palácio do Planalto obrigam o partido a se renovar e a apresentar plataformas que “não olhem só pelo retrovisor” nem representem a mera continuidade de conquistas dos governos Lula e Dilma.
Depois do discurso da superação da miséria, a ideia é contemplar a nova classe emergente não só pelo lado do consumo, mas fortalecendo políticas públicas em educação, saúde, transporte e segurança. A cúpula do PT tem certeza de que essa retórica será “turbinada”por possíveis rivais de Dilma em 2014, como o senador Aécio Neves (PSDB) e a dupla Eduardo Campos-Marina Silva (PSB).
Na prática, porém, não há até agora uma marca forte para Dilma chamar de sua. O lançamento do programa Mais Médicos, criado para levar atendimento a população de áreas distantes do País, é uma resposta à área da saúde, mas ainda não dialoga diretamente com a classe C e os próprios petistas dizem que não pode ser uma ação isolada.
Fonte: O Estado de São Paulo