Defesa da ferrovia é tarefa de todos os segmentos sociais de Alagoinhas – Maurílio Fontes
Desde o mês de Maio, ainda com poucas informações, o Alagoinhas Hoje alertou a sociedade alagoinhense acerca da construção de uma nova ferrovia ligando Pernambuco à Bahia, cujo trajeto deixava Alagoinhas completamente fora deste moderno projeto de transporte.
O site fez contato com a Assessoria de Comunicação do Ministério dos Transportes e as respostas confirmaram as suspeitas: Alagoinhas havia sido desprezada.
Para complicar ainda mais, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publica uma resolução estapafúrdia em 5 de Julho permitindo a desativação de trechos ferroviários, incluindo Alagoinhas, a despeito da malha que corta a cidade ser considerada economicamente viável.
A primeira matéria do site foi publicada em 17 de Maio, portanto, quase 50 dias antes do malfadado texto.
Justiça seja feita, menos de cinco dias após a publicação da primeira matéria, o deputado Joseildo Ramos ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para defender a manutenção da ferrovia (é fato, portanto, não há aqui deliberada tentativa de agradar o ex-prefeito).
De lá para cá, pessoas e instituições agregaram-se ao movimento, capitaneado, em alguns aspectos, pela professora Iraci Gama, com a inestimável colaboração de uns poucos defensores de fato da cidade e da região.
A divisão de tarefas apresentou resultados.
O movimento, que até ontem teve um caráter localizado, ganhou a partir da audiência pública realizada na Assembleia Legislativa dimensão estadual, porque os deputados presentes entenderam e afirmaram que o desenvolvimento da Bahia estará, no futuro, vinculado à ampliação e modernização do modal ferroviário.
Registre-se, também, que o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, André Nunes, vinculou-se ao movimento desde o seu início, representando a administração municipal.
O vereador Radiovaldo Costa também foi um dos precurssores do movimento.
Todavia, o mais importante, foi a união de forças, a convivência entre pessoas que por outros motivos não sentariam à mesa em busca de soluções para os problemas de Alagoinhas.
O SINDIFERRO tem sido incansável na defesa dos trabalhadores e da reconsideração do texto da ANTT.
A luta está bem encaminhada, mas certamente será preciso percorrer um longo e árduo caminho para que os interesses de Alagoinhas sejam preservados.
A cidade não quer muito. Quer apenas respeito daqueles tomam as decisões.
Que muitas pessoas e instituições juntem-se à nós nesta empreitada.
A história cobrará a inexorável fatura de todos os segmentos sociais de Alagoinhas, que precisam, de fato, fortalecer a luta em defesa do hoje e do amanhã.
Fotos: Alagoinhas Hoje