Crise: Situação da Lupatech foi discutida em Natal por representantes da Petrobras, Sindipetro e da empresa – Exclusiva

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Reunidos na tarde desta segunda-feira (11), na sede da Petrobras em Natal (RN), o gerente-geral da área de Construção de Poços Terrestres (CPT) da estatal, Antonio Queiroz, o diretor do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, e o diretor da Lupatech, Carlos Calatti, discutiram os problemas da empresa e as consequências para os trabalhadores e a economia do estado. 

A CPT é responsável por contratos da Petrobras com prestadores de serviços nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Sergipe e Amazonas.

Calatti discorreu sobre os problemas enfrentados pela Lupatech – endividamento, baixo fluxo de caixa, dificuldades para conseguir recursos no mercado financeiro, desconfiança de investidores do exterior e crise do setor petrolífero – e confirmou o desejo da empresa rescindir os contratos que mantém com a Petrobrás na Bahia. Embora não esteja envolvida na Lava Jato, a Lupatech, de acordo com seu diretor, foi atingida pelo atual descrédito do segmento no Brasil.

O gerente-geral da CPT, Antônio Queiroz, afirmou que a estatal não aceita a rescisão  dos contratos por entender que a Lupatech precisa encontrar os meios para mantê-los em vigência, prestando os serviços demandados  pela Petrobras.

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Por sua vez, o representante do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, reafirmou que o sindicato não abrirá mão do cumprimento dos direitos dos trabalhadores e, a partir de agora, notificará a Petrobras sobre qualquer irregularidade praticada pela Lupatech, corresponsabilizando a estatal pelo descumprimento das leis trabalhistas. “A manutenção dos empregos no estado da Bahia é responsabilidade social da Petrobras e uma reivindicação do Sindipetro, que consideramos prioritária”, salientou Costa.

Calatti solicitou ao Sindipetro que colabore na venda do imobilizado da empresa – equipamentos, caminhões, motores e veículos de menor porte. Os recursos serão utilizados no pagamento dos direitos dos trabalhadores.

A Petrobras, de acordo com Radiovaldo Costa, concordou, após a negociação de hoje, com a proposta do Sindipetro visando possibilitar que a Lupatech encontre uma empresa do segmento disposta a assumir o contrato das SPTs (três sondas), que gira em torno de R$ 1 milhão por mês.

O outro contrato, de duas sondas HKs, que atuam na região do Recôncavo da Bahia, não poderá ser repassado para uma nova empresa e a Lupatech terá que cumpri-lo até o seu final (março de 2016).

Cada sonda HK, em média, emprega 90 trabalhadores.  As SPTs cerca de 50 operários.

Para Radiovaldo, diante da grave crise da Lupatech, a cessão do contrato das SPTs é a melhor alternativa. “Defendemos a troca, desde que os empregos sejam mantidos e as atividades da nova empresa continuem gerando dividendos – royalties e ISS –  para nosso estado”, salientou.

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HG

Com apenas uma sonda, a HG, sediada em Catu, não teria seu contrato aditivado pela Petrobras, mas na conversa de hoje entre o representante do Sindipetro e o gerente-geral da CPT, Antonio Queiroz, o sindicato foi informado que será feito um aditivo  com prazo de vigência até o final do ano.

O aditivo representa, pelo menos nos próximos meses, a manutenção de 80 empregos de trabalhadores residente em Catu e Alagoinhas.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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