CPI da Telefonia: Para operadoras, venda de tablets aumenta problemas no sinal de telefonia

Diretor Executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), Carlos Duprat foi sabatinado pelos parlamentares da CPI da Telefonia nesta quarta-feira (23), na Assembleia Legislativa. Em sua apresentação, Duprat apontou o grande número de tablets e smartphones no mercado como um dos responsáveis pelas dificuldades encontradas pelos consumidores na hora de usar o serviço de telefonia.

“A culpa não é tanto do número de antenas instaladas, mas das vendas de tablets. Há três anos, quase que não se utilizava o serviço de vídeo. Hoje, a reprodução de dados através de vídeo consome dez vezes mais da nossa rede que uma ligação de voz. Em 2017, será responsável por 72% do tráfego da rede” relatou. Duprat afirmou que a Bahia possui cerca de três mil antenas e reconheceu que as necessidades da população de hoje não são acompanhadas pelos investimentos que o setor exige, mas ressaltou que as empresas estão fazendo além das obrigações que são impostas pela Anatel. Segundo ele, as operadoras investiram R$ 26 bilhões em 2013. “Não estamos distantes do nível de qualidade internacional”, defendeu.

Os parlamentares não hesitaram. Relator da CPI, o deputado Joseildo Ramos (PT) apontou contradições na relação de investimentos das operadoras com a expansão do serviço. “Como é que Anatel, diz aqui, que no caso da internet móvel, só uma das operadoras cumpre aquilo que ela estabelece como meta de qualidade. Ora, é justo que se suspenda a venda de novas assinaturas enquanto o serviço não seja normalizado para proteger a sociedade”, defendeu. O tema é objeto de requerimento do relator, que está sendo analisado pelo colegiado e propõe ao Ministério Público Estadual (MPE) e federal (MPF) uma ação para suspender as vendas.

CPI JOSEILDO

Telefonia Fixa 

O sucateamento da rede de telefonia fixa também foi questionado por Joseildo. Em oitiva na Assembleia, a própria Anatel reconheceu que a rede estava comprometida por falta de manutenção por parte das empresas. O diretor executivo do sindicato das operadoras tergiversou e justificou que o serviço de telefonia fixa está sob uma concessão “reversível”, que pode retornar para mãos da união, o que justificaria o não investimento na manutenção da rede. Segundo Joseildo, as vendas de novas linhas fixas também devem ser objetos de pedidos de suspensão. A Bahia possui 18 milhões de celulares, 7,5 milhões de usuários de banda larga, 1,8 milhão de usuários de telefonia fixa e 600 mil usuários de TV por Assinatura.

Fonte: Assessoria de Comunicação do deputado Joseildo Ramos – Foto: Rogério Rocha

 

 

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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