Corrupção não será tema relevante na disputa entre candidato do prefeito e Paulo Cezar – Maurílio Fontes


Se na eleição de 2020, principalmente na reta final, o tema corrupção ganhou relevância e foi decisivo para a vitória de Joaquim Neto, que vindo de um péssimo primeiro governo, teve enormes dificuldades para a virar o jogo eleitoral, apesar da grande mobilização de recursos em todos os sentidos, no próximo pleito haverá, sob certos aspectos, empate técnico (em relação à corrupção) entre os dois principais grupos políticos que se enfrentarão no dia 6 de outubro de 2024.

Ao nomear João Rabelo para a Secretaria de Governo no início de 2023, o chefe do Executivo, simbolicamente, e na prática, instalou no núcleo central do Paço Municipal um dos artífices, talvez o principal, de todas as estratégias dos dois mandatos do prefeito Paulo Cezar, inclusive aquelas que resultaram numa super operação de órgãos federais em agosto de 2018.

Para quem tem memória curta é válido anotar: o endereço da empresa que “ganhou a licitação” em 2009 para prestar serviço ao poder público municipal na área de transporte escolar estava vinculado ao sobrenome Rabelo.

Daí nasceu algo escabroso, cujo ápice aconteceu em Alagoinhas no dia 21 de agosto de 2018 com a operação da Polícia Federal denominada Offerus.

Os supostos envolvidos se dizem inocentes, continuam levando vida “normal”, inclusive com contratos e ocupação de cargos na máquina pública, e ninguém, a não ser os operadores do direito que se interessam pelo caso, sabem o estágio dos processos.

Nossa (conveniente) memória curta inocenta aqueles que provavelmente ainda não tenham sido inocentados por quem tem a atribuição de apresentar o veredito final: inocente ou culpado?

Vivemos tempos de exacerbada hipocrisia, que quase sempre passa ao largo da avaliação de grande parte da população, mas cabe ao analista político pontuar as incoerências pretéritas e presentes (e, provavelmente, futuras), mostrando a fragilidade dos discursos daqueles que atacam o principal adversário com o tema corrupção e abrigam entre os seus um nome emblemático e íntimo de um passado nada abonador.

Só mesmo a hipocrisia explica tudo isso.

Mas haverá um preço a pagar.

E o tempo tem hora certa para cobrar a fatura.

O encontro com o futuro tem hora marcada.

E dele ninguém poderá se desvencilhar.

Maurílio Fontes

Proprietário, jornalista, diretor e responsável pelo Portal Alagoinhas Hoje

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